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domingo, 15 de dezembro de 2013

do que vem em mim

cansei um pouco de ser eu.
vim aqui para esparramar um pouco de Leminski. 
afinal, Curitiba me tornou essa coisa muito insana que não cansa de querer ser mais alguém!
ahhh... colhi esse poema sobre mil novecentos e oitenta e sete pelo fato eu ser ímpar de todo o meu nascimento.
1987, tende piedade de nós
Paulo Leminski

anos ímpares
são anos vítimas
anos sedentos
de sangue e vingança
todo gozo será punido
e o deserto será nossa herança

anos ímpares
são sarampo ínguas cataporas
bocas que praticam
tacos e cacos de línguas
lixos onde mora a memória

muda a regra, muda o mapa,
muda toda a trajetória
num ano ímpar,

só não muda a nossa história

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

das tantas tentativas de ser mais


Quem de nós sabe o que é? Quem acorda e já tem o seu dia programado? Ok, pior que eu conheço gente assim...que sabe os passos que vai dar, onde e quando. Poxa...desculpem-me, mas vocês são uns chatos. Todos vocês!

Graças às boas coisas desta vida, eu não sei muita coisa. E, por vezes, faço toda a questão de não saber nada. Busco as cochias, porque não nasci para os holofotes. Meus dias são de total inconstância, e aaaaaaahhhhh...como são bons, como são divertidos e como me fazem melhor. Não, eu não desisti de ser um encanto, não me escondo (bem ao contrário) me mostro como posso e como acho que sou. 

A sorte disso tudo é se jogar, viver e acreditar que podemos ser versões melhores de nós mesmos. Carrego o meu coração na mão e meus olhos abertos para poder me surpreender com tudo e ter a delícia de querer o ápice de tudo, já resolvi que quero me jogar em tudo e daí vou descobrindo as infinitas possibilidades de se divertir.

Se passei pelos caminhos mais incríveis e aguentei as pessoinhas mais desagradáveis, foi pelo fato de querer experimentar e entender que a vida é isso...um amontoado de coisas que a gente tem que encarar pra saber ser um tanto mais forte.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

dos sentires involuntários

e quando a alma treme?
é desespero ou coisa do coração?!
só não me seja inconstância, disso não quero mais.


venha logo ser brisa pra não me destruir
cansei já destes ventos todos que me tomam espaço
que me deixam sem insistir

não quero mais fechar os olhos e o coração pra não sentir
pode deixar tuas mãos me segurando no ar
deixando-me estar em você!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

da dor da gente


Tenho uma dor de concha extraviada.
Uma dor de pedaços que não voltam.
Eu sou muitas pessoas destroçadas.
Manoel de Barros

.

sábado, 5 de outubro de 2013

das gentes que viramos

Eu não pude controlar meu peito e te fiz respirar no meus absurdos. Te corri pra longe como quem espanta as crianças que cercam a forma de bolo ainda quente. Não quis me ajustar, eu confesso. Culpa minha, toda minha...mas foi isso que te fez ser corrido. Não me entender é não me amar, é desistir de me querer. Das bagunças que sou feita, só cabia a ti me encarar. Mas não!

Foi mais fácil esperar até que eu não aguentasse mais e pedisse que, por favor, fôssemos ser lonjuras. Pintei minhas janelas de cores diferentes para me disfarçar, pedi que o carteiro não mais me visitasse para despistar-me e fui passando as mãos em todas as tomadas, quero tudo assim desligado. 

Sei bem dos começos e dos fins, é dos meios que eu tenho medo de lidar...essas rotinas que se formam e das gentes que viramos. 

Defendo meus estados porque é só de mim que sei. De ti e dos outros, só o que vejo no espelho. Acabei por estar assim, sentada em cadeiras que deixei que tu construíste pra mim, todas instáveis e frágeis...nenhuma aguenta. Iguais a ti, que nunca se deixou caber por mim. Nada que eu fizesse, ia te engrandecer. Preferi ser esse escândalo para apontar o que tu escondes.  

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

do ter, do ser e do querer


Alguém que aguentasse a sua loucura.
Alguém que enfeitasse a sua feiura.
Alguém que resfriasse a sua queimadura.
Alguém que desmontasse a sua armadura.
Alguém que juntasse a sua varredura.
Alguém que acertasse a sua pendura.
Alguém que adjetivasse a sua nomenclatura.
Alguém que lustrasse a sua escultura.
Alguém que apaziguasse a sua fissura.
Alguém que encontrasse o que você procure.

[trecho extraído das inspirações do Coletivo "7 Capetas"]

domingo, 1 de setembro de 2013

do a gente acha que sabe


Não sei agir bem comigo, mas sou a mais aplicada em aprender a lidar com os outros. Alguma coisa em mim busca o agradar alheio e a certeza de ser bem aceita.

Mas não pense mal de mim, eu faço porque gosto. Gosto de ver os outros no seu habitat natural. Não é esforço, é prazer. 

É só reparar na satisfação que carrego entre os meus sorrires.




sexta-feira, 30 de agosto de 2013

de querer deixar ir

Eu não soube dizer adeus e tudo ficou suspenso, dos meus risos ao meu desprezo. Ficaram intactas as palavras do fim por eu não entender que já era a hora de partir. Do escuro do teu carro restou as dúvidas estendidas no banco e que (eu sei) ainda te incomodam por lá. Não perguntei o motivo, mas quis apertar a ferida e pedi para me jogar de novo o absurdo falado. Pra gente, o bastante pareceu mesmo não ser o suficiente.


Entre os dedos desfiei meu coração e pensei um sem fim de vezes em ser a mesma menina birrenta de sempre para desobedecer... Deixei assim, panos quentes sobre um final vazio. Juntei as pontas que ficaram desamarradas e fiz o que pude para não pisar mais em cima delas que, coitadas, ficaram uma bagunça. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

das coisas largadas

Aborte a missão de encontrar uma menina que se diverte brincando em um balanço e colhendo florzinhas no campo. Em mim há barril de cachaça, pumas famintos se degladiando em uma jaula e uma televisão com um comercial no-sense da MTV em looping.

Meu GPS marca as rotas mais insanas a se percorrer, o barco em que navego é o viking e as minhas louças estão todas embarradas. Não sei ser novela das seis, porque meu controle estragou e não consigo mais tirar o Casos de Família da minha programação. Me visto de noite e de mim quando me exigem dias de sol e convivência em sociedade. 

Já fui demais, mas senti as dores de vestir G em uma vida que é P. Por isso, para não fazer os outros se escandalizarem com os meus jeitos...resolvi ser sufoco. Travo minha ansiedade pra ser gotas de calmaria. Domo o vendaval até que ele se transforme em brisa. Como é duro querer ser leve. Como é cansativo brigar por paz.

Venho guardado minhas armas pra não machucar mais e largado dos exageros pra não te consumir com a minha loucura.

domingo, 18 de agosto de 2013

de tudo que sei de mim

Faz de mim o que eu nem sei como pedir para ser. Procura em mim as mais divertidas risadas para que elas te guiem ao mais puros dos meus sonhos. Não te importa se cruzar por alguns quadros feios ou remendos de um coração partido, é que, antes de agora eu já fui castigada. Releva meus olhos fechados e alguns risos contidos, pois já me foi tomado muito. 

Da mesma forma, lide sem pressa com essa vontade minha de querer ser jóia rara. É que, na verdade, já me confundiram demais com peças de menor valor.

Se for para ficar, pode aproveitar esse tempo pintando tuas cores nas paredes desbotadas da minha alma.

terça-feira, 9 de julho de 2013

dos caminhos a traçar

Estou intimamente ligada a um dilema tão saboroso: sabe quando aqueles nossos pedidos mais sinceros se tornam tão palpáveis? Então... como lidar com esse inesperado que acontece?

Digo inesperado pelo fato de estar acostumada a divagar pelos sonhos mais altas e tê-los ao meu dispôr não me é o mais costumeiro dos acontecimentos.

A gente pede tanto, que se perde em pedidos. Por vezes me vejo desejando que meus quereres sejam só quereres, por medo de não saber lidar com tanta realização. Por sorte, eu me vejo disposta a encarar a delícia que da realização me abraçando.

Vai lá, pode continuar, estou vivendo o lindo entusiasmo de ser feliz!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

dos bons ventos


Eu, que sempre andei em busca de quem me bagunçasse, deixei me encontrar por alguém que me consertasse. Sem mais querer correr por vielas em que me perdesse, preferi me deixar ser livre no calor de um abraço. E, assim, me deixei viver!

Jeito bom de me encontrar e de descobrir novas sensações que não estavam escritas só para mim. Abandonei anseios como quem encara um caminho já não é mais seu. Dessa forma, vagarosamente fui desenhando boas intenções e desbravando o desconhecido agarrada em meu mais sincero sorriso. Ahhh... e foi gravando meus desejos nas curvas do meu rosto é que conquistei estes dias melhores.

Como em um recado perfumado em cima do travesseiro, foi que imprimi a passagem de um sopro de leveza em mim. Sem querer atirar ansiedade no coração alheio, fechei os olhos e rasguei os últimos panos que me escondiam a alma. Confundi-me com a luz do sol e ceguei o mais claro dos olhos. Temperei quereres e cozinhei as palavras em fogo brando para não queimar as expectativas. Despejei vontades em taças servidas à dois assim que o carinho me pegou pela mão e me chamou para passear.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013

das ânsias levadas ao longe

Vim me transfigurar em outros. Traficar mais palavras e quereres!
A Renuska transforma muito bem sentimentos em palavras ferozmente impressionantes. E como eu meu encaixo nestes dizeres. Se te cair bem, vai lá no A CALCULISTA.

Acho que um dia vou enlouquecer. Se é que já não enlouqueci.
Vou me enrolar em lembranças, em dias que já foram, vou mergulhar nesse emaranhado de sentimento, de "coisa-que-nunca-passou", de tudo, e vou pirar.
Vou ficar lá dentro, presa, perdida, louca.

Sempre que passo por um exemplo dessa sensação, me programo, automaticamente, pra que não seja a última e derradeira vez. Talvez tenha aprendido com o tempo. Uma espécie de treinamento de exército pra não morrer durante a guerra. A guerra que acontece aqui dentro.

Só que os tiros e as bombas daqui parecem sempre piores. Auto boicote. Sabotagem. Como se o eu "interno" odiasse quem o leva poraí, e estivesse fazendo de tudo pra destruí-lo. Como se não houvesse outra solução, senão o fim.

Acho que já tô enlouquecendo.
Se é que já não enlouqueci...

quarta-feira, 22 de maio de 2013

das oportunidades de sermos

Eu bem sei esconder quando estou triste. Mas, esta mesma roupa não me veste quando sou alegria. Sendo ela, resplandeço. Atiro sorrisos para os estranhos e me faço leveza para os que sabem um tanto de mim. Vagando por estes caminhos da felicidade encontro a mim mesma, pois sei que é por estas bandas que fujo quando já não dou conta dos meus dias.

Lidar com a gente mesmo é disparado o maior dos trabalhos. Não há vias de escape quando fica complicado de encarar quem não se quer por perto e desaparecem todas as formas ardilosas de dobrar estas ideias que já nascem prontamente conhecidas. É duro ser a gente, mas é o que nos coube! A redenção se apresenta no ritual constante da mudança, nas inúmeras noites insônes em que tratamos de nos acostumarmos a sermos nós e nas incertezas em que nos lançamos a cada momentos.

Nos enchemos de boas esperanças e de seguras intenções porque acreditamos que somos suficientemente fortes para lidar com qualquer pessoa. Isso tudo porque já suportamos gênios mais insensatos e dúvidas mais pesadas. E isso acontece todos os dias quando deitamos a cabeça no travesseiros e somos só nós.

terça-feira, 14 de maio de 2013

de poder ser

Ela é estranha. 
Tem olhos hipnóticos. 

E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la. 


Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei linda, profunda, estranha, perigosa.
É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela está sempre sabendo exatamente o que se passa ao seu redor.

{Caio Fernando Abreu}

quinta-feira, 25 de abril de 2013

de tanto pedir

Olhos voltados pra si e um tanto de bem querer. Se isso não for o que todos querem, tenho a certeza que está na lista dos itens mais pedidos nos começos e fins de cada dia. 

Proteção é a palavra que ecoa nos ouvidos de Deus, de pais, de mestres, de amigos e dos muitos amores que nos passam pela vida.

Querer o conforto de quem sabe ou pode mais que a gente é inevitável. Não se fazem grandes líderes sem pupilos indefesos. São esses corações trôpegos guiados por mentes com um quê de anseios que desejam carinhos em forma de palavras e conselhos que aquietem seus pensamentos. 

Não importa se temos 02, 30 ou 100 anos, vamos sempre correr atrás daqueles que possam nos acalentar.

A bem da verdade, queremos nos encher de proteção pra ser um porto seguro confiável quando quem a gente ama nos vier em pedaços e com os entendimentos perdidos. Não queremos decepcionar as mãos abertas pedindo por abraços. Sentimos muito quando somos nós que andamos vagando por anseios, mas.... ardemos no medo nas vezes em que enxergarmos a dor dos outros tão explícita e não temos alívios imediatos para ofertá-los.

Por isso, é que peço (nos meus silêncios) que não nos falte proteção, caminhos iluminados e pessoas de coração bom para nos guiar. Sempre e sempre!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

de ser tudo


Sou mesmo o que penso e sinto. Não sei me desfazer de passados, mas aprendi a distinguir os melhores lugares da minha alma para armazená-los. São muitas as intensidades que a gente vai ajustando ao longo dos nossos dias e, cada vez mais elas tomam formas que se tornam fortemente estáveis.

Por saber que tenho inúmeros quereres e que não posso me jogar loucamente à procura de realiza-los em suas essências é que me basto de buscas experimentais. São minhas maneiras de provar meus desejos simultâneos de aproveitar o Mundo. Há tanto o que se conhecer que não sei me fixar num ponto comum, mas acredito saber bem como convergir todos esses jeitos de viver sem que eu não me torne uma constante bagunça.

Não tendo um só gosto também não sou uma só. Sou explosões de verdades nem sempre absolutas e necessidades amplamente recriadas. Uma boneca de pano que inventa ser de plástico e gosta de sonhar que é de madeira. Cabelos pretos que em seus delírios são de fogo. Vestida de estrelas, de rendas ou tecidos remendados não me vejo sendo única porque sinto a graça dos que são plural. Intensas mudanças me fazem perceber os outros, e como é difícil ser outra. Mas reinventar é um verbo tão bonito de se conjugar que peguei gosto em repeti-lo nas suas diversas formas.


terça-feira, 2 de abril de 2013

domingo, 17 de março de 2013

de quem é como nós

A graça toda desta vida está em encontrar corações que batam em sintonia com o seu. E, isso não implica em ter o namorado (ou namorada) dos sonhos. 

Isso é, na realidade, estar próximo de pessoas que te fazem tão bem que não precisa de um circo armado para a felicidade aparecer. Ela acontece, e pronto.

São essas pessoas que te fazem sem mais e te fazem melhor. É com elas que você irá sentir a liberdade de ser você mesmo e de não se preocupar com julgamentos. Serão elas que te levarão no colo sem apontar teus erros ou, então, te farão se sentir com o ego inflado sem você ter feito grandes ações.
Elas não precisam ser impressionadas a cada dia e nem mesmo necessitam daquela sua versão que batalha por boas impressões. Na real, elas só precisam saber que você se ente bem e feliz ao lado delas.
E isso, meu caro, é o melhor dos prêmios!

terça-feira, 12 de março de 2013

das nossas coisas que queremos pra todos

Eu tenho um grande objetivo de vida: fazer o que eu gosto e fazer bem. 

"E pode isso?" Já me susurram vozes afoitas por quereres sem fim, mas que sentem um medo danado de seguirem o que acham certo simplesmente por não estar em consonância com o que os demais agem.

Eu, que corro pra lá e pra cá atras do que me grita o coração, fico só a apertar {bem forte} nas mãos dessas pessoas e tento  mostrar pra elas {e, cada vez mais, pra mim} que a graça toda está em investir no que a gente quer, que isso envolva sentimentos simples e ótimas intenções.

Focar nos que a mente já construiu e o coração já tornou como certo, acho que isso é fazer o certo. Sonhar de olhos abertos é tão mais animador!


sexta-feira, 1 de março de 2013

do que vem



Que a gente consiga ser mais a gente.
E que mil sorrisos sejam espalhados para quem nos torcer o nariz em sinal de desaprovação.
Que novos encontros aconteçam pra animar nossos dias. 

E sejam constantes as oportunidades de viver a emoção em rever aqueles amigos que só exigem abraços da gente.


... 

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

do que não é sabido


Espalhando aqui este texto absolutamente pertinente, que cabe há muitos de nós.


A força do acaso
 [Ivan Martins]

Tem gente que acredita em destino. Eu acredito que é o acaso quem rege a nossa existência de forma quase absoluta. 

Penso no encontro acidental dos nossos pais, no desejo que poderia não ter surgido entre eles, no espermatozóide que chegou à frente de milhões de outros na corrida mais importante das nossas vidas. Quanto disso foi planejado? Nada, assim como costumam ser acidentais os nossos próprios encontros amorosos, a concepção dos nossos filhos e as circunstâncias imprevistas que nos levam a fazer amigos importantes, escolher carreira e definir a cidade onde iremos morar. 

O imprevisto invade a nossa vida enquanto no debruçamos cheios de planos sobre o calendário do ano que vem. 

Acho o acaso tão importante que defendo que ele deveria ser incorporado aos nossos critérios de eleição afetiva. Não adianta observar os candidatos a parceiros apenas em situações controladas, como se o amor fosse um experimento de laboratório. Se o sujeito a convidou para jantar, teve três dias para arranjar as coisas e aparece (cheiroso e bem vestido) com uma rosa vermelha e reservas para o bistrô mais concorrido da cidade, ponto para ele por Organização & Método – mas isso não deveria encerrar o período de observação. 

Para saber quem realmente é o cara, melhor seria estar com ele na noite em que o pneu do carro furasse na Marginal. Ele respira fundo, sorri para você e desce para resolver o assunto ou, tudo ao contrário, se põe a dizer palavrões em voz baixa e reclamar que não deveria ter saído de casa – culpando você, indiretamente, pelo contratempo? 

Qualquer mulher pode ser encantadora num fim de semana de outono no Rio de Janeiro em que não haja uma brisa fora de lugar, mas como ela reage quando a companhia aérea perde as malas e vocês ficam com a roupa do corpo em Buenos Aires, num frio de 11 graus? Eu gostaria de saber essas coisas antes de me apaixonar.  

Se o futuro pudesse ser desenhado numa planilha Excel, o melhor a fazer por si mesmo seria conquistar a analista de sistemas mais atraente da empresa e fazer dela a mulher da sua vida, mas nós sabemos que as coisas não são tão simples. Num mundo dominado pelo acaso, é importante ter ao seu lado alguém capaz de lidar com os imprevistos e as frustrações, porque eles vão se repetir o tempo inteiro. Planejar não é suficiente para ser feliz!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

das coisas que não temos

Assim como aparo meus gostos, tenho também total apego pelo meus desgostos. e essas contrariedades definiram e muito meu caráter. Não precisa muito e eu já não gosto de nada. 

Sou qualificada antecipar os bons momentos pra aproveitá-los logo e, dessa forma, os desgastes vem com tudo freneticamente tomando conta dos dias que não sabem disparar sossegados por aí.

Por essas razões, meu embaraço no andejar das relações que precisam de trato e atenção é todo feito. Candência parece ser só uma palavra bonita do que uma ação constante. Não precisa muito e eu já não gosto de nada. 


Sinto tanto bem querer por tais situações e me aperto nelas que nem sinto mais a hora de deixar rolar. Para completar a receita de tanta bagunça dos meus sentires, ainda tem a minha total falta de escolhas certas (ou do eu entendo por certo): é um ir e vir de corações que parecem estar sempre munidos das melhores palavras e das piores intenções. 

De começo eu não tenho medo desta avalanche de desejos de dias de sol e tulipas no campo. o ego toma o lugar do coração e fica saltitando a cada dizer. Depois, já embriagada e jogada nas mais impossíveis formas de ilusão, fantasio minha segurança e ponho vendas na minha coragem só pra não ter mais certeza de nada. por todo o tempo sentir muito, eu já não quero pedir nada e me deito nas delícias de ser levada. mas a gente se esbarra muito. 

Desentendo os corações que só batem à procura de próximas intenções. parece que o tudo que lhe é oferecido não chega a ser bastante. Aqueles que só se focam nas possibilidades perdem a graça de ver o caminho. Não há desenvoltura nesse passeio em que eu preciso mais do que chegar. Daí que entendo que não preciso de braços para me carregar, mas sim de impulsos para ir longe e ir junto.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

do que a gente espalha por aí


Descompromissados 
são os sorrisos que espalho por aí. 

Saídos dos lábios escancarados 
por pensamentos alheios.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

dos Janeiros que carrego em mim


Janeiro tem todo esse poder de me expôr a uma carga emocional das mais fortes. É sempre assim. Não há maneira sensata de encarar tudo isso. E, por essa razão, entrego-me!

Sem rodeios ou maiores explicações, o mês que inicia o ano me pega no colo e me joga pra cima. Despudoradamente, tem vezes que corre comigo nos braços e me gira por aí só para ouvir minhas risadas e sentir os arrepios que me provoca. Descobri que Janeiro não tem vocação pra psicólogo ou chance alguma de conselheiro. Ele quer mesmo é que eu forceje para aguentá-lo, para que assim, possa encarar o resto do ano com leveza.


A intensidade que Janeiro tanto esfrega na minha cara é devidamente amaciada nos Marços, Junhos e Setembros que sucessivamente se apresentam. Tudo isso é assim...porque, de fato, me esbaldo sem medo nos delírios das primeiras semanas do ano. 

Eu nasci para ser Janeiro e sei apreciá-lo com suas manhãs brilhantes, seus meios de dia que são sentidos ardentemente em nossos peles e corações e mais ainda, suas noites que não sabem escurecer e insistem em nos levar para a rua. Quero sempre mais em Janeiro e me entrego a querer que todos os meses sejam o início de tudo, afinal aprendi a viver de começos.

Impresso em mim, estão todos estes desejos de novidade e realizações...para que assim, nossos anseios sejam sempre carregados para longe.


sábado, 26 de janeiro de 2013

Incontáveis formas de se divertir

Das memórias que tenho, as mais fortes são aquelas em que a trilha sonora era composta de risos e os efeitos especiais ficavam à cargo dos raios de sol e dos pingos d’água. Sem sair de casa, eu vivia as minhas maiores aventuras de verão. E sempre foi tão simples!

Enquanto a maioria dos meus amigos contavam sobre as horas que aguardavam dentro do carro até chegar ao paraíso feito de água e areia, eu me perdia em pensamentos de estranheza ao lembrar que só precisava sair correndo para o pátio, por vezes até sem tempo de tirar os chinelos. 

A rotina de quem faz seu próprio mundo ter a graça deseja é mesmo encantadora. Precisa-se de muito pouco para se ter tudo, e ainda mais! Dos desejos de uma realidade melhor se formam, a intensidade toma conta e promove incontáveis formas de se divertir. Melhor ainda quando o cenário é um grande pátio cheio de amigos, mangueiras que se transformam em divertidos chafarizes e uma tarde ensolarada de uma cidade que só conhece o mar pelas histórias de quem viaja.


Um oásis era construído em instantes e a magia acontecia. Sem preocupar nossos pais com gastos de biquínis ou sungas estilosas, mantínhamos em trajes mínimos e já bem gastos. Para os menores, a alegria da liberdade dos tecidos e elásticos estava garantida. Eles podiam tudo! Até fugir do bombardeio do arsenal de bichiguinhas que eram cuidadosamente enchidas na torneira e lançadas, sem piedade, em quem estivesse na nossa versão de um mundo em guerra. Corriam perninhas curtas por volta da casa em busca de proteção e um melhor ponto de vista para a mira certeira ao alvo.

E como inventávamos maneiras de burlar os constantes pedidos de cuidado que eram emitidos por nossos pais. A palavra cuidado soava como uma corda que não nos deixava fazer nada e nos mantia intactos em cadeiras. Queríamos era deixar as marcas de pisadas molhadas pelo piso da casa, atiçar nossas emoções e sentir a graça de nos refrescarmos como as plantas em dias secos.

Mantenho tudo isso vivo, para sempre correr o risco de me perder nessas memórias de quando eu tinha tudo o que vim buscar hoje: a paz de, nas tardes vazias, encontrar o melhor dos mundos sem precisar forçar sorrisos e traçar metas pra realizar sonhos. Por isso, quando chega o tempo do Verão reinar, preparo-me pro melhor de mim que vem junto com os instantes de sol a pino, filas pra se tomar um sorvete e o regozijo que um banho de mangueira pode me trazer.


domingo, 13 de janeiro de 2013

de ser a gente

São as distrações dos dias ao léu que nos fazem brilhantes. Um siricotico aqui ou uma tarde de sono profundo é que dão os ares de alegrias constantes e de fugas premeditadas. Não se faz um bom sucesso sem os fios soltos que nos desconcertam.

Há quem veja na dureza da vida só coisas ruins, que nada...dá pra ser leve, mesmo que se caindo em precipícios. Há de se apostar na marotice dos sorrisos sem motivos e no desvelo dos abraços desconhecidos. Pode não ser nada, mas talvez seja tudo o que temos para nos agarrar.

Sem mais, devemos apostar nas inúmeras formas de se divertir. Nem que essas, sejam as que ninguém vê graça. Criar sonhos nós já sabemos, realiza-los já não é de toda a moleza. Sendo assim, abastecer nosso caminho de doçuras e satisfações é mesmo a melhor opção enquanto a gente não chega ‘lá’. 

Vai ver, esse ‘lá’ seja agora mesmo!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

dos fugitivos

Já tive tudo, e por isso me deixei ir... abandonar vontades para ousar em novos sonhos. Sair dos ajustes e encarar uns tantos sustos. 

É revirando a cabeça e transbordando fascínios que me encontro bem. Sempre instável, mas bem! Uma força que não passa traz anseios de quereres profundos.

São essas insatisfações, em dosagens nada ajustadas, que me garantem alívio em meio a tudo. Das várias direções em que posso seguir meus dias, quero mesmo é andar por todas. 

Anseios de ter acesso às múltiplas escolhas que me provam diversas realidades e modos em que eu posso ser uma versão (melhorada ou mais desajustada) de mim.



terça-feira, 1 de janeiro de 2013

das vontades de ser


Janeiro tem toda a leveza que se pede de um mês ao encarar as pessoas de espírito solto e sorriso no rosto.

Dá mais vontade de ser a gente em Janeiro!!
 
E eu ando quererendo muito mais de mim e dos outros..que venham as delícias dos instantes que nos fazem bem.

Pra 2013 quero todas essas delícias de 2012 com os toques especiais de acontecimentos particulares que vão chegar.  Que nos traga umas tantas ideias corajosas, alma leve e espírito aventureiro.

Como bem disse Carpinejar:
'Que 2013 não me traga nada: deixa que eu busco!'

K