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quinta-feira, 16 de julho de 2015

de não saber terminar


O coração anda pesado, tão pesado que dói. Não era para ser assim, estava tudo resolvido, esquematizado e pensando: não ia doer, a gente terminou, eu ia dormir e tudo passar. Até que passou e eu ignorei as dores e dramas que todos insistem em mostrar que carregam. Mereci até um troféu de melhor sorriso falso e de melhor efeito especial de um coração intacto. Durou tão bem por um tempo que até pensei em revelar minhas fotos dançando livre pela noite.

Mas não durou o bastante, até que eu me curasse de vez e parasse de usar band-aids e maquiagens para disfarçar tudo. Nunca dura. E eu nunca aprendo isso. NUNCA! 


Já ando aqui olhando pra trás, sem piscar ou disfarçar. Desbloqueando sentimentos e acumulando vontades que eram nossas. Com um chicote nas mãos bato forte, inúmeras e inúmeras vezes, em meu peito na insistência que este coração pesado saia de mim e me alivie a alma. Jogo as memórias no chão, quero pisoteá-las todas, para não ter mais o que lembrar. 

Agora só me restou andar vestida de pequenas invejas, ciúmes descabidos e suspiros sem destino. Já não tem nós para tantas lágrimas e aqueles gritos de raiva. Trocamos fortes emoções por impulsos de nos manter longe. O filme já terminou e continuo aqui sentada com a pipoca no colo!

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