Mesmo quando as coisas coisas não dependem mais do nosso agir e tudo vai nos afogando em apertos da alma, tento não abraçar o desespero. De olhos fechados eu fujo para não ter medo de ir, medo de sair por aí, medo de (na maior das sortes) encontrar uma paz que faça parte de mim.
Com quem você fala quando as coisas vão mal? Quem é que sabe te salvar do mundo? Pra onde vão te arrastar quando não houver mais paz em ti?
É por isso que me controlo e deixo passar o desespero (mesmo que colado em mim). Me finjo de louca, de boba, de triste...finjo sempre porque não sei responder estas perguntas. Não sei o que fazer quando a vida desabar na minha frente. Dissimular o presente já virou rotina, é a minha droga para fugir de tudo. Para não encarar a dor do outro e maquiar a minha.
Eu só não entro em desespero porque sei que, quando me vestir dele, não tem volta.