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quinta-feira, 19 de abril de 2012

do jeito que aprendi a ser

Sempre optei por coisas que não cabiam aos outros. Já vesti minha alma de diversas formas e meus olhos já presenciaram uns quantos modos de eu ser. Não me lembro qual a última vez que eu fui a pessoa que estou sendo agora. Para ser mais exata, não sei mesmo se já me fui.


As escolhas que eu tomei me levaram a lugares que nunca imaginei ir e, da mesma forma, me colocaram aonde eu sempre quis chegar. Foi assim que me aproximei de gente como eu e de gente que jamais pensei em conhecer. Que bom que as mudanças, as opções e os planos certos/errados te apontam para um desconhecido esperado.

Para ser bem objetiva, também nunca me adequei a muita coisa. Eu prefiro os potes de mostarda, os copos de Fanta Laranja, as pizzas agridoces e os banhos quentes no verão. Me divirto com filmes que antecipam seus finais, tenho desejo por não saber os segredos de todo mundo e me agrado por demais de tomar uma xícara de café na hora do almoço. Desaprendi a atravessar a rua, rejeito qualquer pessoa que tenta ganhar minha atenção com flores, excluí o lençol por debaixo das cobertas na hora de dormir e bem sei ouvir tanto quando conversar.

Dos avessos de que sou feita, também tenho um que mais aparece: sou inteira quando aponto para os meus amigos aquilo que não é bom em mim. Para eles, conto todos os meus defeitos e deixo com que se assustem um  bocado para depois irem aliviando suas almas aos poucos...até descobrirem que eu sou igual a eles. Um tanto estrago, um tanto perfeição!

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