Sou mesmo o que penso e sinto. Não sei me desfazer de
passados, mas aprendi a distinguir os melhores lugares da minha alma para
armazená-los. São muitas as intensidades que a gente vai ajustando ao longo dos
nossos dias e, cada vez mais elas tomam formas que se tornam fortemente
estáveis.
Por saber que tenho inúmeros quereres e que não posso me
jogar loucamente à procura de realiza-los em suas essências é que me basto de
buscas experimentais. São minhas maneiras de provar meus desejos simultâneos de
aproveitar o Mundo. Há tanto o que se conhecer que não sei me fixar num ponto
comum, mas acredito saber bem como convergir todos esses jeitos de viver sem
que eu não me torne uma constante bagunça.
Não tendo um só gosto também não sou uma só. Sou
explosões de verdades nem sempre absolutas e necessidades amplamente recriadas.
Uma boneca de pano que inventa ser de plástico e gosta de sonhar que é de
madeira. Cabelos pretos que em seus delírios são de fogo. Vestida de estrelas,
de rendas ou tecidos remendados não me vejo sendo única porque sinto a graça
dos que são plural. Intensas mudanças me fazem perceber os outros, e como é
difícil ser outra. Mas reinventar é um verbo tão bonito de se conjugar que
peguei gosto em repeti-lo nas suas diversas formas.
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