É verdade que, de erro em erro, a gente aprende? Acho que
não. A gente só esquece. Abstrai. Empurra com a barriga. Finge e segue em
frente. No que diz respeito ao que bate no peito da gente, isso poderia virar
uma tatuagem bem visível (de preferência neste mesmo peito), escrito assim em
letras coloridas e bem grandes: a gente erra e não aprende, só acumula.
Imagem: www.emmahan.com |
Uma pilha de erros que vão empurrando os antigos e deixando
eles tão bobinhos que a gente até acha graça. É isso mesmo, o tempo faz a gente
rir do que tanto nos machucou. Não só o tempo, porque ele sim ensina. O que
fode é a grande, enorme, ridiculamente extensa fila de erros. O coração,
coitado, já não sabe mais distinguir. Apanhou tanto que confunde, deixa passar
e tem aquelas vezes (péssimas, alias) que releva.
Vou repetir aqui para não deixar escapar nada (tá lendo isto
coração?): a gente ri, deixa passar e releva muita coisa. Não pode, não pode e
não pode. Mas adianta chamar toda esta atenção?! Que nada. Afinal, bem ou mal, a gente acredita. E uma
fila de possibilidades se forma quando invocamos este sentimento, acreditamos
que: tudo vai dar certo, que ele vai mudar, que a gente vai mudar, que pode se
tentar de outra forma, que vai ter uma hora certa...
E vou parar por aqui, porque já me perdi nas tantas desculpas que inventei para seguir em frente (ou apenas para dar conta de não desmoronar).
E vou parar por aqui, porque já me perdi nas tantas desculpas que inventei para seguir em frente (ou apenas para dar conta de não desmoronar).
E a gente faz tudo isso para que? Porque não tem como deixar
o tal do coração dentro de uma caixinha, todo bonitinho e seguro longe daqueles
sorrisos que te desarmam ou então daqueles olhares que fazem a tua alma pairar
no ar. Não dá e ponto. Porque não damos festas onde só a gente está na lista de
convidados. Por isso que estamos aqui, enfrentando uma artilharia de rejeições,
recebendo tiros à queima roupa de balas que eram destinadas a outras pessoas e
nós tivemos a brilhante ideia de nos jogarmos na frente e vários canhões com
munição escassa, que não mata e só machuca.
Mas não temos muito para onde correr. O jeito (não o certo,
atenção para isso) é estar ciente que vão errar com a gente e semi nos
protegermos. Dos outros e da gente!