Existe um oceano entre mim e
ele. E como eu queria que isto fosse apenas uma figura de linguagem. Mas é isso
mesmo, tem de se ir muito longe para se estar um tanto mais perto. Levou um
tempo para que nós dois estivéssemos dentro de um abraço. Tudo ia além. E quando os sentimentos vão além,
a gente percebe.
![]() |
imagem: themoonofsimplicity.tumblr.com |
Anos e anos (e mais alguns
anos) nos ensinaram a lidar com este oceano, com uma vida semi-encaminhada que
cada um construiu para si, com os outros alguéns que apareceram e desapareceram
com a mesma frequência. E, com aquele sentimento que ajudava a respirar: a
esperança de encurtar distâncias. Por uma noite, o mundo foi todo nosso.
Sem fronteiras. Sem janelas de
um chat para serem fechadas, só aquelas que tiveram de, apressadamente, serem
abertas para deixar o ar entrar. De plano de fundo agora só as nossas fotos em um país tão antigo quanto as nossas origens, e não da
tela do computador. Foi assim que
transformamos o touchscreen em uma tecnologia muito mais eficiente: as minhas
mãos tocando a pele dele, ao vivo, a cores e com uma definição de imagem jamais
vista (só por nós dois). Sem a necessidade de gastar dados ou wifi, nos
conectamos à melhor rede social que existe: dentro de um abraço. Interatividade
em seu mais alto grau de eficiência. Mesmo que a memória de nossos corações
fosse infinita, nós sabíamos que o tempo de conexão compartilhada tinha limite.
Ainda mais quando se opera em roaming.
Vai chegar a hora que iremos
parar de inserir códigos de DDI nas ligações por celular, que não vai ser
preciso mais perguntar a quantas horas de diferença estamos (para que ninguém
acorde o outro de madrugada) e que possamos compartilhar a internet do mesmo modem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Está convidado a traficar palavras comigo!