Foi quando eu bati a porta de
casa, depois daquela tarde de cacos no chão e de uma quase olimpíada de dedos
na cara, que meu coração começou a entender que eu sou bem melhor que toda
aquela arrogância tua que me soterrava.
Eu fiz de tudo pra mostrar o
meu amor, desenhei corações nas paredes, te recebia com o calor de mil abraços
e deixava a nossa música pra tocar sempre quando a luz do sol adentrava o
quarto. Eu, sempre surda com as batidas aceleradas do meu coração, fiquei descompensada.
A paz estava em te ter por perto, mesmo que mudo ao meu lado. Destrambelhada,
não notava os silêncios e as fugas das conversas que eram ditadas pelo tom da
minha voz e pelo teu eterno alheamento.
Acostumei a te esperar vestida
dos mais lindos sorrisos, mesmo que já estivessem molhados das tantas lágrimas
que temperavam nossos beijos. Já te via cansado dos meus jantares reaquecidos
pelas tuas demoras e incomodado com a cama desfeita pelos meus revirares
nervosos que ansiavam pela tua chegada. As nossas madrugadas estavam sendo de
boa noite e bom dia, sem os deliciosos meios que nos agitavam o corpo.
Foi assim, de vazio em vazio,
que me dei conta do que eu maquiava com aquela minha antiga sina de te querer
demais: você se foi e não quis me levar junto. Precisei mais do que palavras
negativas e toques de delicadeza pra saber que já tinha acabada. Eu necessitava
mesmo eram de doses de cansaços, overdoses de rejeições e daquele sem fins de
‘não te amo mais’ para me tocar que não adiantava tentar me debruçar sobre o
que restou da gente.
Me fui antes de enlouquecer e
agora posso respirar tranquila, já levei pra longe tudo que tinha comigo.
Desapeguei deste desejo que já me fez tão mal, não te procuro mais nos lençóis
e já não há mais saudade. Hoje eu só quero que você saiba que não consigo mais
viver com você, Acredite! Agora, me desespero só de imaginar que um dia eu te
amei.
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