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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

de querer deixar ir

Eu não soube dizer adeus e tudo ficou suspenso, dos meus risos ao meu desprezo. Ficaram intactas as palavras do fim por eu não entender que já era a hora de partir. Do escuro do teu carro restou as dúvidas estendidas no banco e que (eu sei) ainda te incomodam por lá. Não perguntei o motivo, mas quis apertar a ferida e pedi para me jogar de novo o absurdo falado. Pra gente, o bastante pareceu mesmo não ser o suficiente.


Entre os dedos desfiei meu coração e pensei um sem fim de vezes em ser a mesma menina birrenta de sempre para desobedecer... Deixei assim, panos quentes sobre um final vazio. Juntei as pontas que ficaram desamarradas e fiz o que pude para não pisar mais em cima delas que, coitadas, ficaram uma bagunça. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

das coisas largadas

Aborte a missão de encontrar uma menina que se diverte brincando em um balanço e colhendo florzinhas no campo. Em mim há barril de cachaça, pumas famintos se degladiando em uma jaula e uma televisão com um comercial no-sense da MTV em looping.

Meu GPS marca as rotas mais insanas a se percorrer, o barco em que navego é o viking e as minhas louças estão todas embarradas. Não sei ser novela das seis, porque meu controle estragou e não consigo mais tirar o Casos de Família da minha programação. Me visto de noite e de mim quando me exigem dias de sol e convivência em sociedade. 

Já fui demais, mas senti as dores de vestir G em uma vida que é P. Por isso, para não fazer os outros se escandalizarem com os meus jeitos...resolvi ser sufoco. Travo minha ansiedade pra ser gotas de calmaria. Domo o vendaval até que ele se transforme em brisa. Como é duro querer ser leve. Como é cansativo brigar por paz.

Venho guardado minhas armas pra não machucar mais e largado dos exageros pra não te consumir com a minha loucura.

domingo, 18 de agosto de 2013

de tudo que sei de mim

Faz de mim o que eu nem sei como pedir para ser. Procura em mim as mais divertidas risadas para que elas te guiem ao mais puros dos meus sonhos. Não te importa se cruzar por alguns quadros feios ou remendos de um coração partido, é que, antes de agora eu já fui castigada. Releva meus olhos fechados e alguns risos contidos, pois já me foi tomado muito. 

Da mesma forma, lide sem pressa com essa vontade minha de querer ser jóia rara. É que, na verdade, já me confundiram demais com peças de menor valor.

Se for para ficar, pode aproveitar esse tempo pintando tuas cores nas paredes desbotadas da minha alma.