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sábado, 12 de novembro de 2016

sobre ir, vir e não deixar voltar

A gente se gasta tanto por tão pouca coisa. 

Prepara o corpo, prepara a alma e prepara a vida para momentos que jamais irão chegar, para sensações que só existirão em nossos peitos e permanecemos ali, sem ter quem nos leve para ir junto. 

São vontades mortas por nossos corações apertados, cheios de desejos para doar, mas trancafiados à exaustão dentro do que sobra da gente. E, sem ter onde desaguar, muito de bom acaba mofando. 

São tantas coisas para repartir. Inúmeros sorrisos para compartilhar. Um sem fim de suspiros a existir. Mas tudo fica a pairar no ar. Continuam ali sendo meus, não por egoísmo...mas por solidão. Ainda que desajeitado, meu coração aprendeu a ser altruísta. Mas não joga pérolas aos porcos.

Um mundo de possibilidades existe em mim, mas poucas almas aventureiras parecem estar dispostas a subir as montanhas do meu corpo ou então saltar das grandes nuvens que são meus pensamentos. 

Por hora, ainda há resistentes sentimentos que se renovam a cada novo olhar. Só tenho é pena deles e de mim!  

sábado, 5 de novembro de 2016

sobre repetidas vezes

"Eu quero que dê certo. Só fui resolver meu passado. A gente se deu bem. Poderia ter sido melhor ainda. Mas eu fui muito culpado nisso. Não tive a paciência de te explicar, e quando tentei, nada se esclareceu.
Sei lá. Só queria voltar pra você."

Foi isso o que um deles me disse certa vez. E, mudando uma desculpa aqui e ali, ou agregando níveis de desapego, é basicamente o cerne do discurso de todos. Depois de tudo deu para acostumar e aprender a lidar? É claro que não. Nunca dá!

Eu sei, já fui assim como eles: eram as minhas ideias e só. O mundo (e os outros) que se adequassem ao que emanava de mim. Mas o tempo, a vida e o peso dos relacionamentos me bateram tanto que ajudaram a ponderar.. a repensar... a justificar.
Sem princípios de lição de moral, abri meu coração e destravei a língua quando disse para ele: “o que quebrou tudo, foi o teu acaso em por as cartas na mesa e me dizer "fuuii"."
Não que eu fosse abraça-lo e explicar para o Mundo que eu o entendia. Me deixar pensando nele não foi a opção mais justa.

Falar na cara não dói, não dar as caras é que esgana a gente e confunde as ideias! Mas isso parece não ser uma alternativa a ser utilizada. Nunca é!