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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O que é pra se dizer



Aqueles que têm o poder de querer, de pedir e de apontar o escolhido, me deixam intrigada. Eu também tenho esse poder. Muita gente tem. Outros, nem sei. Mas será que sabem escolher direito? Meu medo é esse.

Fazer as coisas certas é muito estranho. Tem como saber? Alguém diz pra gente sempre como é? Diz? Me conta!! Tá me faltando muito isso, saber. As coisas que acho parecem estar muito confusas. Demais.

Tem gente me olhando torto o tempo todo. Gente que me aponta o dedo, que me encara e até tropeça em mim por gosto. Mas não diz nada. Morderam a língua dessa gente?

Por favor, parem de abrir a boca só para me botar a língua pra fora. Abram essas bocas e me digam algo. Me digam que estou ótima. Ou que já cai do precipício. É sério, não sei mais ver a diferença.


sábado, 17 de dezembro de 2011

o tempo que o tempo leva pra acontecer

Bem que andei campereando sonhos por esses últimos tempos. Cortando, à faca mesmo, os desejos de querer desistir. Por certo, consegui. 

Alinhar pensamentos com ações não é uma coisa das mais simples e indolores. É preciso saber o que se quer para, assim, colocar tudo em forma. Materializar desejos é cansativo e leva tempo. Mas quem se doa, vai longe. Vai até mais longe do que se sabe. 


Não tenho um plano estratégico para a minha vida. O que tenho, são vontade, intenções e um tanto de anseios. Não se dizer aonde eu quero chegar. Mas posso te mostrar como vou chegar. Tenho traçadas as coisas que quero fazer, quem quero ser... mas não sei em que lugar vou colocar tudo em prática. Nem em que cidade. Muito menos quem vou ser quando chegar lá.

Ter a garantia de que se esta fazendo o certo é bom demais. Mas quando é que sabemos disso? E senão for mesmo o certo? Não adianta, temos que ir tentando e mostrando que se não estamos no caminho certo, ao menos estamos caminhando. É essa a razão de tudo, né?!

Vai ver o certo é a gente quem faz. Talvez não exista isso de destino. É tudo uma forma de seguirmos nossas vidas nos espelhando em algo. Acredito que se fiz uma coisa hoje, posso fazer diferente amanhã. Voltar atrás. Ou continuar agindo igual. Moldando as coisas ao meu jeito. Ao jeito que EU acho certo!


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

essa coisa chamada força


Valentes são aqueles que tomam decisões com medo. 
Que são atormentados pelo demônio a cada passo do caminho, que se angustiam com tudo que fazem, perguntando se estão certos ou errados. E, mesmo assim, agem. 
Agem porque também acreditam em milagres
 [trecho do livro 'Brida']





terça-feira, 25 de outubro de 2011

Posso pedir muito?

Uma dose bem forte de desapego, por favor! E já garanta mais umas rodadas, seu garçom. Por minha conta...

Ando com toda a vontade de fixar esse pedido à minha lista de coisas pra fazer. Ah...e como essa lista anda acumulada. Um tanto disso, mais um outro tanto daquilo e eu já nem sei mais o que querer.

Tentar ser mais desgarrada é o que tenho investindo esse tempo todo. Mas não há jeito, não consigo nem pra contar história. Essa lorota toda de dominar situações é mesmo para dizer pros outros. No silêncio do travesseiro o que eu mais sei é recordar.

Quero mais de tudo, das pessoas, dos sentimentos e até das negações. Como negar? Impossível é mesmo acreditar que se desvencilhar de desejos não é como trancafiar uma porta e rumar para o próximo destino.

Vale dizer que não sei o que fazer? Posso mesmo?!

Ah, que seja. E que venha! Eu aceito, remendo, exploro e se nada for como pensei...ao menos vai me surgir uma nova possibilidade. Melhor do que tudo.

Ao menos é ao que me apego.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Maria da Penha, olhai pelas outras Marias



Flores despedaçadas em um constante jogo de bem-me-quer e mal-me-quer. Pétalas que perdem a cor e o perfume a cada manuseio incorreto. 

Assim funciona a violência, tanto em uma flor quanto em uma mulher, deixando marcas visíveis e sem reparos. 

Só que na mulher, a cicatriz maior fica escondida na alma e está cravada no coração. Assim, poucos são os que a percebem.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dar-se ao desfrute do nada

Sempre fui daquelas que gosta de fazer as coisas sozinha, típico de uma Aquariana com ascendente em Leão (bem... isso é o que eu acho). Pois bem... são esses momentos que me fazem valer a semana e por vezes o dia. Eis o meu jeito de energizar e de recarregar minhas baterias.

Amo gente, fico num regozijo só de estar no meio de gente... poder conversar, perguntar, saber e contar histórias. Vivo de efervescências! 

Mas aprendi que momentos a sós também são gloriosos. Ah, se são. Pode se dar ao desfrute do nada é aquele suspiro profundo no meio de uma vida corrida. É a organização que surge quando a bagunça parece estar tomando conta. E eu preciso disso. Preciso porque me instituí isso. Foi o jeito de me policiar para não me jogar de cabeça no caos que pode ser as nossas vidas.

Há os que liberam seu stress e alimentam suas alegrias em algum esporte, outros se dedicam a cuidar de outras pessoas e de animais também. Eu preferi cuidar um pouco de mim. Ouvir um pouco do que tenho a falar, dar atenção pros meus pensamentos e escrever a minha história. Ou seja, fazer pra mim o que passo fazendo para os outros. E nesse meio tempo me jogo no sofá pra ler um livro ou ver um filme.

E como canta Vanessa da Mata: “poder, numa tarde vazia, ter um siricotico...uma aventura”!

domingo, 9 de outubro de 2011

O gosto bom que a acidez pode ter


É “[...] tempo de ler nas poesias o amargor das frutas envenenadas”. Isso é que o jornalista/escritor Juremir Machado da Silva escreveu em um de seus livros (‘Viagem ao Extremo Sul da Solidão’, pra ser mais exata).

É tempo sim. Ainda mais pra quem é apegada ao drama como eu. Mas isso não é triste e nem ruim. O que significa aqui é a intensidade das coisas que sentimos. Acredite, isso é bom demais. É a maneira que nos faz ser mais reais... mais humanos.

Um tanto de sofreguidão ajuda, mas não vamos exagerar. Querer que o chão caia por vezes e que os ventos mudem nossas nuvens de lugar é torcer por uma mudança. Não que ela seja sempre maravilhosa, afinal é uma necessidade natural passar por momentos de aridez. Faz valorizar e ajuda muito a crescer.


 Temos essa mania chata de querer que o arco-íris apareça antes da tempestade. Sem essa, meus caros. De que jeito valer-se das boas coisas dessa vida se não há um esforço. Nunca foi assim e nunca será. É o destino olhando com desdém e nos apontando enquanto diz: “Conviva com isso!”

Como proceder? Não sei! E quem souber, tenha toda a bondade de vir me contar. Se é pra estar num momento de intervalo entre o bom e o muito bom...vamos mesmo acreditar que pode ser gostoso aproveitar deste ‘amargos das frutas envenenadas’ ou que é motivador ler as coisas que não gostamos muito.

E para constar, vai um outro escrito deste mesmo livro Juremir que tanto me delira: “Tudo faz sentido quando a alma rasga o peito dos inconscientes, arromba o palácio dos vivos e escapa nas ruas barrentas onde transitam fantasmas sem carteira assinada. [...] Descobrimos então que viemos expressamente para não saber aonde ir”.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

escreva aqui




E eu tenho esse hábito insano de escrever. Não só aonde se deve escrever...em folhas em branco ou nos espaços específicos para tal. A coisa não é bem assim. Pra ser mais exata ela é desregrada.

Se há no que escrever e como escrever, eu dou um jeito. Não poupo papéis já destinados para algo, contas a pagar (e as já pagas também entram na cota), cantos de jornais, mesas (ok, eu apago depois) e livros.

Tá, não me julguem...eu escrevo em livros mesmo. Mas explico, escrevo nos meus livros e tudo com a sua devida pertinência. São anotações, comentários e até sugestões para o autor (tá, podem me julgar aqui). E me delicio com tudo isso, afinal tenho um outro hábito: reler meus livros. E assim por diante...

Então toda vez que pego aquela história de novo, ela me é mais interessante do que a primeira vez. Não só pelo fato da maioria das histórias relidas terem esse aspecto, mas os meus comentários feitos me dão uma dimensão diferente de tudo aquilo.

E se alguma vez eu lhe emprestar algum livro meu, não se acanhe em compartilhar pensamentos. E pode até comentar os meus comentários. Só não esqueça de uma coisa: pode me devolver o livro depois de tudo! ;)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

vem da rua

Se há uma coisa que admiro é o pessoal que sabe transformar o caos e o corre-corre em algo produtivo e bonito. Por isso tenho todo o apreço por artistas de rua: malabaristas de sinal, grafiteiros que ficam criando sua arte no meio do vai e vem de gente, músicos e cantores que se aconchegam nos cantos das calçadas e nos encantam plenamente.

Mas tenho me rendido especialmente à dedicação daqueles que trabalham na sincronia reversa dos grandes centros e das concentrações de pessoas: as estátuas vivas. Pintados de ouro ou prata e  imóveis no meio de tanta bagunça eles se destoam do meio em que estão.

Eu, que me encanto com o trabalho dessas pessoas, sempre dou um jeito de parar no meu caminho e apreciá-los. E os agrados que eles nos brindam, são mesmo de se parar pra pensar. Desta vez, em dois momentos, recebi essas mensagens.




"Você vem há tempos um objetivo perseguindo, mas muitas pedras aparecem no seu caminho. Não perca a calma, mas pode seguir sorrindo! Suas metas se realizarão se agir com muito amor e carinho".

"Hei (sic), cuidado em não querer demais. Pela sua enorme competência você está sempre buscando mais. Lembre-se, existem coisas imensamente mais importantes que o trabalho. Aproveite!"

SERÁ?!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

todo dia eu me atiro da janela do térreo

Sempre acreditei ter noção das coisas que me aconteciam. Até o dia que elas pararam de me acontecer.

O fato é que as situações, pessoas e momentos tomam a dimensão que damos a elas. Somos nós que as moldamos em nossos pensamentos, colocando-as em pedestais ou jogando-as ao descaso. Só assim para entender o fato de que elas ocupem posições diferentes em nossas vidas à medida que o tempo passa.

Foto: J. Jingle Jangle
Nada é substituível, mas também não é eternamente o dono de tal status. Se a gente muda, as nossas coisas mudam juntos. Ideias se reciclam, novos conceitos são admitidos e vontades surgem. E é nessa adequação que vamos nos organizando e nos encontrando aos poucos. Pode ser que eu vá me deparar com as minhas respostas no virar da página de um livro. Mas pode ser que eu precise escutar um CD inteiro, ou várias coletâneas para entender algo.

Essas situações vão se posicionando em patamares diferentes no nosso íntimo. Eu me vejo acostumada a viver sem pessoas que anos atrás descartaria a possibilidade de ter longe de mim. É normal, acontece... se bem que demoramos a perceber. Ou nem queremos. 

É uma delícia fazer drama. Poder se deliciar com as lágrimas, com a negação e com o fim do Mundo para acontecer no instante seguinte. Mas enfim.. nem todo o drama dura pra sempre. Tomar uns goles  de drama é renovador. Mas voltemos ao resto das sensações, e como são tantas. Tenho até dó de não podê-las aproveitá-las todas.

Homeopaticamente vamos aproveitando pessoas, momentos, sensações e vontades. Hoje pode ser bom, amanhã será melhor. Hoje pode ser o fim dos tempos, mas amanhã tudo corre como sempre...normal. Enquanto isso, satisfasso a minha ânsia de me atirar todo dia da janela do térreo.



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Setembro, seu taura querido!

A pergunta que mais me fiz nesse últimos 30 dias que passaram, foi: 'há quantos meses mesmo estamos em Agosto?'. Vou te contar, hein! Que longa temporada foi essa.

Nunca senti na pele, e na alma, a força de um mês como esse. Há os que ousaram chamá-lo de Agosto Nefasto, e deposito aí todo o meu apoio.

 Uma grande amiga, a Nani Albuquerque já tinha me atentado das nuves de Agosto. Por isso reqisitei essa frase que ela tinha twittado dia destes: 'Atravessamos Agostos que parecem eternos e, nos Setembros, suspiramos quase leves outra vez: Meu Deus, passou'. De pertinência absurda!

Setembro, vem cá me encher de alegrias, da companhia de pessoas boas e de tantas realizações!


Pra mim, Setembro é o novo Janeiro. E explico o motivo.... o que Janeiro me representa de renovação, festividades e energias, Setembro tem mesmo de semelhante. Claro, são coisas pessoais. Mas como não dar atenção a isso!?

Além de que, os ares gelados de Setembro me são históricos e memoráveis. A mim e a todos os gaúchos (ok, há os que não dão a devida importância, mas enfim...). Um mês de celebração pra quem tem o coração batendo igual a um rebenque e possui a alma presa na espora. É por essas datas que todo o sentimento gaudério toma uma forma definida e me encanta. É impressionante e é mágico!

Que venha Setembro...