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domingo, 30 de dezembro de 2012

dos pequenos presentes

A cada dia, um pequeno agrado. Começa com elogios sussurrados no caminho para o trabalho, umas tantas piscadelas marotas quando um espelho cruza por ela e se segue com longos desejos de um futuro bom.
Não é de nenhum conhecido que surgem estes pequenos mimos de gentileza e encanto, muito menos dos galanteadores (e nada tímidos) rapazes anônimos que testam suas fracas cantadas. O tiro vem dela e o alvo é ela. Sem esperar elogios alheios e cansada das perturbações de quem nada tem de bom a dizer, ela se mune todo o dia de grandes satisfações.

A cara amarrada, o olhar perdido e os dedos que insistem em fazer gestos no ar é a ligeira fuga diária daquela que não se dispõe ao trato de todos e prefere a doce ilusão dos despercebidos. É daquela que só desperta pras coisas do mundo quando a relevância dos assuntos é total ou quando percebe encontrar alguém que precisa de sua doação.

É complicado demais dividir esse seu mundo. Mas, ela insiste! Quer sempre mostrar um outro viés e espalhar suas ideias por aí. Quer mais trazer pessoas para si, simplesmente porque não sabe ser levada. O contentamento é quase maternal quando as expectativas se materializam. A realidade pouca encanta, a sedução fica a cargo do que ela projeta ao seu redor. Fantasias que escancaram sorrisos e convertem emoções.

E como é duro forjar o coração dessa menina.. Ele, como um abraço, é que precisa envolver o objeto de carinho. Quando ganha a atenção, ilumina e traz um conforto necessário. 

Mas, enquanto isso tudo é história. São desses pequenos agrados pessoais, em doses nada homeopáticas, que ela colore seus dias. Uma autoajuda que mantêm o ritmo das emoções.

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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

os fins que chegam

Que Dezembro nos traga a delícia de sentir as coisas mais simples.

Que faça de todo o desejo uma realidade.

E, que todos encontrem conforto em sorrisos e abraços.

Mais que isso, um tanto de 'cheganças' e andanças para todos nós!

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

profundos quereres



"quero café, cafuné e confiança"
 

Por hora, o que tenho tido tá dentro desses eixos:
Café, todo dia.
Confiança quase sempre.
Mas, cadê cafuné... hein?


quinta-feira, 15 de novembro de 2012

dos caminhantes



    Torço pelas pessoas que querem vencer. E mais ainda para que, em seu caminho, elas não só olhem para frente, mas também para os lados, só para admirar as lindas paisagens que esse mundo tem a oferecer.
                        [Bruno Astuto]

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Ninguém morre só de tentar

Daquelas coisas que quero tanto dizer, mas os outros já fizeram brilhantemente por mim.
Texto da Renuska Celidonio, publicado no A CALCULISTA,  que dá vontade de tatuar na alma.


Tinha conseguido um gole do copo que cobiçou por tanto tempo.
E sentiu o gosto da possibilidade, mas sem matar a vontade de ter tudo pra si.

Custava a dormir, sempre tentando entender o que a mente parecia querer lhe explicar. Não era simples, e armadilhas tolas a pegaram no caminho.

Quando acordava, queria marcar um dia a menos no calendário, mas talvez pudesse ser um dia a mais.

Um dia a mais tentando superar, um dia a mais tentando mudar, um dia mais simplesmente tentando.

Ninguém morre só de tentar.



quinta-feira, 8 de novembro de 2012

de seguir em frente

"Como lidar com quem não sabe lidar com a gente?", eis o maior questionamento dos meus dias. Eu, que me criei entre os de coração bom e de pensamentos generosos, ainda me sinto envolta de receio ao tratar com as pessoas que parecem nem querer estar na mesma sintonia em que me encontro.

É duro querer ser toda afeto, quando o desdém é a vestimenta dos estranhos. 

Estranhos! Esta palavra sim que me parece estranha, pois...para mim, nunca fui estranha à ninguém e nem deixei as pessoas se tornarem isso para mim. Nunca fui de extrema meiguice, mas jamais deixei de andar abraçada com o carinho e o bem-querer. Sou coração antes de tudo.

Já deixei futuros promissores e promessas de constância, simplesmente por não querer andar com o coração apertado. Prefiro saber que o que me acelera é o olhar dos que  amam, do que a certeza das palavras do interesse.

Por querer dias de abraços e formas diversas de afeto, que eu insisto em ser esse tanto de leveza. Se provocar sorrisos e desbravar sentimentos é isso, que seja então. Por certo, este é o meu jeito de encarar as tempestades e de fazer menos efêmeras as delícias que me são compartilhadas.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

batismos de fogo

[trecho do delicioso texto 'Eu sinto muito, mas eu não sinto nada', da Clara Averbuck


Tive uns anos do cão. Só a gente sabe dos danos que essa vida nos causa. E eu, olha, eu fiquei totalmente danificada. Algumas pessoas deixam um rastro tão nefasto na vida de outras que não consigo ver de outra forma senão essa: um dano. Um rasgo. Um aleijão. 

E não, não passa. Nada passa. Tudo que nos acontece fica marcado de uma forma ou de outra em algum lugar. A gente pode até achar que passa, pode achar isso nos momentos bons, mas aquilo fica lá, entranhado em você. Trauma pode se manifestar em forma de raiva, de desprezo, pode virar uma repetição de padrão destrutiva, pode te deixar pra sempre com medo, pode te fazer ficar por demais destemido. 

O que consigo ver que aconteceu comigo é o seguinte: eu sequei. Me sinto toda esfarelada. Danificada. Rachada como um terreno arenoso onde é necessário um instinto filho da puta pra poder sobreviver. Até nasce uma coisinha ou outra ali, mas qualquer coisa mais delicada murcha e morre rapidinho. É assim que eu ando me sentindo. Calcificada por dentro. 


[leia o texto completo aqui]

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

de ter impactos


Pode transformar a parede em colchão e a cama em guarda-roupa. Desista de encontrar o interruptor da luz e pode começar a gastar energia em não encontrar sentido algum. Vire, desvire e, por favor, deixa rolar por aí. 

Faça de conta que é tudo uma história de 20 páginas, 90 páginas, 700 páginas e molhe todos os dedos pra deslizar sobre o que não é papel. Invista em procurar ângulos perfeitos que exponham todas as verdades e desfacelem as tais mentiras. Prenda o fôlego pra ir mais além e solte (com tudo) pra não mais esquecer. 

Conte todas as suas vontades enquanto tiver cosciência pra pensar. E, quando tudo desordenar, destrave os impulsos pra fazer minha alma deslizar sobre o corrimão e se esbaldar no último degrau.

Cubra-se de vontades e encare o escuro quando soltar seu coração sobre o escândalo do meu peito. Dele e neles, pra cima e pra baixo, vou forjando os sentimentos e os sentidos que a boca quer desgarrar de mim.

E se for pedir 'por favor', que seja por mais!

terça-feira, 4 de setembro de 2012

tá boa?


Jamais ideais são os dias que passamos

Turvos de tantos andares
e, quase, nus dos muitos olhares.

Ao jeito, vamos atirando cordas pelo chão
Amarradas em nossas cinturas
trazem os compassos alheios dos que se vão.

Faz parte ser mais alguém que não é a gente
só pra ter o prazer de sentir mais.
Se pra sempre fosse só eu,
acho que imploraria por outras vontades banais.


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domingo, 5 de agosto de 2012

dando uma volta com o tempo

Se hoje a nossa geração não vê mais o sexo como um tabu a ser quebrado, se quase ninguém se espanta ao ver meninos e meninas beijando o máximo de bocas que conseguirem, pelo simples prazer de experimentar o novo. Se hoje vemos cada vez mais jovens se alienando por causa do consumo desequilibrado das drogas, isso tudo começou com quem hoje nos prega o conservadorismo e julga como indecente a sociedade formada pelos jovens do século XXI. São eles, nossos pais, tios e avós.
Não que eles estejam errados ao apontar o que é certo e advertir sobre o que é errado. E muito menos são eles os culpados pelo auto índice de mães solteiras, de adolescentes mortos no trânsito ou do grande número de pessoas que ainda acham o ato fumar o máximo. Longe disso! Mas devemos lembrar que foi no tempo em que eles eram jovens que o cigarro fazia moda e que o lema ‘sexo e drogas’ guiava uma geração inteira.

Hoje se uma menina aparece grávida e sem um pai para a criança, coitada! A sociedade cai em cima e a família entra em caos. “Um horror!”, diriam os moralistas de plantão. Mas o esquisito é que ninguém estranha porque nossas avós ou bisavós casavam tão cedo. Com 15 ou 16 anos já tinham filhos e marido. Aos 30, já estavam cuidando dos netinhos. Porque será? O simples fato de que hoje as coisas acontecem às claras não é motivo para deixar de questionar o passado de perversões dos nossos meigos velhinhos.

Mais do que nós, nossos pais tiveram uma juventude, digamos, animada. Eles curtiram o auge da liberdade sexual, queimaram sutiãs e clamaram por paz e muito amor. O que foi Woodstock? Mais que um conhecidíssimo festival de música, foi também uma celebração dos prazeres. Jovens de todo o mundo, raças e níveis sociais dizendo: “Faça amor, não faça a guerra”. Três dias com o melhor do rock, sexo a céu aberto e muita, muita droga. Quanta dignidade!

Nossos ídolos ainda são os mesmos. Ou quase! Trocamos a ‘sex-symbol’ Marilyn Monroe, pela estonteante, e também provocante, Madonna. O requebrado de John Travolta, pela saliente ousadia de Justin Timberlake. As canções de protesto de Roberto Carlos e companhia, pela crítica de Marcelo D2.

O conflito entre gerações permanece forte. Nossos pais, tios e avós nos deixaram uma herança moral e cultural bastante enérgica e tumultuada. Estariam eles lutando para que nós, os jovens do momento, não repetíssemos os mesmos abusos que eles cometeram no passado? Quem sabe, no futuro posamos ter autonomia ao criticar as atitudes erradas de nossos filhos, sem pregarmos falsa moral, evitando assim de concordar com a frase imortalizada pela voz de Elis Regina: “Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos, e vivemos como nossos pais”.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

que deixe sobrar as vontades

Que exista para fazer coisas novas e que haja força também para lidar com as coisas antigas que deixamos de lado.

Quero disposição e um coração livre para ser querência para todos os meus desejos. Fico no aguardo de mais anseios para serem acalmados e ainda continuo a namorar aquela a sensação de conquista.

Que venham os velhos e novos amigos. Os dias de descoberta e a satisfação de estar seguindo nossos sonhos! E, se não for pedir muito, me mande mais sorrisos e um tanto de alento para que meu coração continue dançando por todo lugar!

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segunda-feira, 16 de julho de 2012

dançando na contramão

Acreditar é complicado, né?! Ainda mais quando é pra apostarmos todas as fichas na gente, parece que o caldo engrossa e não fica tão simples de engolir. Parece que a hipnose que as coisas boas causam não funciona muito quando somos nós que balançamos o relógio na frente do espelho. 

Acreditar nos planos que desenhamos pra gente é duro. Não é tão fácil como cair na lábia marota de quem nos conta uma história do nosso futuro. Ler o livro em voz alta parece que antecipa os finais e causa um cansaço do mesmo. Algo como [tentar] fazer cócegas em si mesmo ou então ficar provando o tempero da comida e depois encarar um almoço sem gosto já.

Parece que vai dar tudo errado quando tu planeja com um e outro detalhe o roteiro dos teus próximos meses. E quando se trata de traçar os anos, aí que a coisa complica. Aí a gente pensa: "Oh, vai dar tudo certo. Eu vou chegar lá e ganhar a atenção de todos.. Uhuul!"... e eis que nada e tu te cansou e te empolgou por nada.

Mas, mas e mas... ah, como adoro os poréns! Sou todo apego com estra frase: A TENTIADA É LIVRE! E como é, meus caros e caras. Vá que ia dar tudo certo e tu já está fazendo o caminho de volta sem nem ter batido na porta? Os tapas na cara são uma delícia quando se pode abusar dos gelos mergulhados no drink. Pode ser que seja bom, pode ser que seja ruim...mas o pior é se não for.

Seguir em frente com os nosso pés é o que há de mágico. A sutileza de se cortar com os espinhos do caminho está em poder se refrescar nas águas que muito poucos tiveram acesso. É ver o brilho das coisas novas e sentir a alegria de sorrisos que serão só teus. Correr pela estrada em que gastamos horas desenhando é a magia de ser forte para encarar tudo e alguns todos.

Saber se guiar e procurar o que lhe cai bem é uma guerra que vale muito encarar. Serão tantos os momentos tentando distrair as coisas ruins e afastando as indelicadezas, que já vamos fazendo uma musculação intensa na alma. É assim que o medo troca de roupa com a força e nos deixa confiantes. E vamos precisar de lotes e lotes de confiança pra fazer as coisas do nosso jeito!


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sábado, 14 de julho de 2012

abraçando hiatos

Andei esquecendo de mim. Foi por gosto tudo isso, um certo descaso premeditado e preciso. Do lado bom da coisa, devo esclarecer.

Deixar que a correnteza das lágrimas que já choramos faça o trabalho de levar tudo que construímos em pensamentos, e que não resistiram aos primeiros sopros de realidade, é uma tarefa que alivia e conforta. Sempre é!


Vale muito fechar os olhos e tapar os ouvidos, parar um pouco de ouvir os gritos da gente para deixar que o som dos novos pensamentos sejam o ritmo da nossa vida. É mais que sagrado, alimenta a alma e motiva sonhos.

Hibernar como os ursos e os parreirais. Levantar com fome de conquistas e pronto pra produzir as mais finas ideias. Criar a criatividade no ócio das tardes de ventania.

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segunda-feira, 11 de junho de 2012

potencializa e fortalece!

Inventei de me dar uma folga. Passar um tempo passando o tempo a limpo. Vagorosa ideia, esta que eu tive, de me libertar do que me afogava e me deixava sem vontade. 

Foi me entregando às muitas das minhas vontades que segui em frente no labirinto que montei nestes anos todos. E, nossa, são tantos caminhos e voltas que tenho feito. Parece que não é tão fácil assim me desvencilhar de todas as amarras e ideias presas a mim. 
Decidi  fechar os olhos e confiar...em mim, nos outros, no caminho. Fiz o que muitos deixam para trás ou escondem que já fizeram igual: me escondi. 

Por agora, tenho meus dedos tapando meus olhos e meus ouvidos já andam surdos das batidas do meu coração. Pois bem, é este insistente coração que eu ainda não tive como dar jeito. Não há doma ou armadilha que o faça-me guiar em outra direção. Ou então, meios de fazê-lo seguir outros ritmos. 

Queria inventar outra forma de ser, e de poder ser mais os outros. Por menos heróico que seja admitir, eu já tentei.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

mande pra mim



eu precisava de alguém que calasse a minha boca.
mas calasse mesmo.
e que eu obedecesse.

um dia eu conheci um cara assim,
mas era mentira.
aí eu conheci outro,
mas a gente quase se matou.
depois veio outro
e ele foi embora

e eu fiquei.
eu e os meus monólogos.

e agora tá assim, uma bagunça. realmente. pomba-gira marcando presença.

eu só sei ser assim.
não, não.
mas agora, sim.


- Clara Averbuck

quarta-feira, 9 de maio de 2012

deixe ser bom!

Dizem que o importante na vida não é o destino. 
É a jornada. 
Os obstáculos que enfrenta ao longo do caminho. 
As inesperadas reviravoltas. 
E as decepções que supera!

- Modern Family 3x21

quinta-feira, 19 de abril de 2012

do jeito que aprendi a ser

Sempre optei por coisas que não cabiam aos outros. Já vesti minha alma de diversas formas e meus olhos já presenciaram uns quantos modos de eu ser. Não me lembro qual a última vez que eu fui a pessoa que estou sendo agora. Para ser mais exata, não sei mesmo se já me fui.


As escolhas que eu tomei me levaram a lugares que nunca imaginei ir e, da mesma forma, me colocaram aonde eu sempre quis chegar. Foi assim que me aproximei de gente como eu e de gente que jamais pensei em conhecer. Que bom que as mudanças, as opções e os planos certos/errados te apontam para um desconhecido esperado.

Para ser bem objetiva, também nunca me adequei a muita coisa. Eu prefiro os potes de mostarda, os copos de Fanta Laranja, as pizzas agridoces e os banhos quentes no verão. Me divirto com filmes que antecipam seus finais, tenho desejo por não saber os segredos de todo mundo e me agrado por demais de tomar uma xícara de café na hora do almoço. Desaprendi a atravessar a rua, rejeito qualquer pessoa que tenta ganhar minha atenção com flores, excluí o lençol por debaixo das cobertas na hora de dormir e bem sei ouvir tanto quando conversar.

Dos avessos de que sou feita, também tenho um que mais aparece: sou inteira quando aponto para os meus amigos aquilo que não é bom em mim. Para eles, conto todos os meus defeitos e deixo com que se assustem um  bocado para depois irem aliviando suas almas aos poucos...até descobrirem que eu sou igual a eles. Um tanto estrago, um tanto perfeição!

sábado, 14 de abril de 2012

de ter levezas



"Pessoas com vidas interessantes não tem fricote. Elas trocam de cidade. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. 

Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. 

Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor, compram passagens só de ida".

[Martha Medeiros]


segunda-feira, 9 de abril de 2012

diz por mim

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu".

Sarah Westphal


quarta-feira, 4 de abril de 2012

de amores e estragos

Como acalentar anseios? Saber disso já me bastava, ao menos aliviaria grande parte dos meus momentos. Aquela frase ‘colocar a carroça na frente dos bois’ é uma das tantas que podem definir meu modo de agir (inclusive o de pensar).

Antecipo tudo, de amores a estragos. Só dou conta de esperar por pessoas, do resto...nada. Gosto muito de ser feliz antes e depois. Mas também encaro as dores duplicadas. É assim que procede, e não há mesmo jeito.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

assim são meus pedidos

Tenho total confiança na força das coisas boas, dos momentos intensos e da garantia que os ventos buenos sempre hão de soprar. Por isso,  acredito no destino. Ou na maneira sintonizada com que tudo acontece e que eu (e mais um monte de gente) nomeia assim.

Comecei a primeira manhã deste 2012 chegando em casa ao nascer do sol e com aquele friozinho fantástico abrilhanta os retornos de festas. Naquela manhã que estava um tanto sonolenta, dispensei a cama e parti pro sofá da sala e ali aproveitei um dos melhores momentos do dia que ainda era novo... comecei o primeiro dia do ano novo num domingo de Janeiro, mateando com o meu pai e assistindo ao Galpão Crioulo. 



Eis todo o encanto das coisas que não se podem medir, as delícias dos instantes efêmeros e das combinações de resultados. E é em razão disso, que insisto em apostar alto na esperança. Já não é mais manhã, Janeiro se foi há tempos e meus domingos de manhã andam reservados pros sonos pesados. Mas me surge agora um Abril que já me soa doce e cheio de promessas a serem realizadas.

Os desejos me parecem os mesmos que tive por Janeiro e, que bueno, as pessoas que me rodearam por lá...também serão meus abrigos agora. Quero disposição e um coração livre para ser querência para todas elas também. se não for pedir muito, me mande mais sorrisos e alento.

Gracias!

sábado, 31 de março de 2012

de não ser medíocre

Tenho vindo aqui para respirar. Fora, ando mofado meus pensamentos.
Parece que as palavras têm que ser cada vez mais medidas antes de serem ditas, os pensamentos mais e mais alinhados e todas as ações podadas para evitar todo o 'mau entendimento'. 

Entendo que as palavras bruscas devem ser evitadas (ou ao menos controladas). Mas e as ideias originais? Como ficam os nossos desejos que querem se tornar reais? Pra onde vão as ideias perdidas e os quereres colocados de lado? Lá vieram os questionamentos.

É raro eu não explorar meus sentimentos. Mas tem sido tão difícil colocar o jogo na mesa. Tudo parece errado ou não ajustado. E o mais interessante (sim), é que eu ando me adaptando aos tais gestos de 'gentileza programada'. Pode isso não, maaas....

Além disso, todo o estranhamento comigo mesma tem se mostrado real. Cadê a revolta com o que está fora do lugar? Cadê a insatisfação com o modo operandis alheiro? Acho que a resposta está em que andei me adequando a ideias que não eram minhas e, agora elas são como portas fechadas na minha frente...impedindo de ir pros lugares que desejo. Estranho, muito estranho!


O medo de me tornar medíocre é pulsante. Mas ainda me é válida a certeza de isso tudo ser uma ousadia não percebida...algo como uma camuflagem, um instante de hibernação. Por vezes, certos ajustes são necessário e nem sempre necessitam ser entendidos. Não que essa ideia me conforte o pensar, mas ao menos não me faz corroer certas intenções.

Por hora, vou ajeitando-me. De fininho fazendo um e outro alguém acreditar que suas verdades são permanentes e que eu só sei ouvir. Acredito, e muito, na força que o silêncio e a observação guardam em si e, assim, vou me valendo disso para ver que eu posso ser uma outra versão de mim...sem deixar de expôr tudo e antecipar ações alheias.

Não sei se essa é a forma perfeita de agir, mas é a que me parece mais ajustada no momento.
Veremos! ;) 


sexta-feira, 16 de março de 2012

de que jeito?

Quando é que as certezas acontecem?

Eis a minha constante inquietação: não saber se estou apostando certo ou se meus pés já apontam para o abismo. Não sei mesmo! Mas é tão delicioso se surpreender com o inesperado.

Pra mim, as certezas surgem quando o coração está leve, as ideias estão seguras e as pessoas colaboram. Ah sim, eu dependo muito das ações e do humor das pessoas que me cercam. Não há jeito, se estão felizes eu pulo junto...mas se a maré tá virada, a coisa fica estranha mesmo. 

Sou delicada para  sensações, quase como um daqueles apanhadores de sonhos, como as esponjas ou até mesmo como os cuadores de café. Pego tudo, sinto tudo e me deixo levar junto. Mas as ondas boas sempre aparecem e fazem valer a pena essa coisa toda de 'ir com os outros'. 


O jeito é saber lidar com os meus sentimentos que se potencializam quando espelhados nos dos outros. Por essa vez, as coisa estão bem. Os passarinhos verdes resolveram passar pelos meus lados e eu pareço saber o que estou fazendo. E me parece ser muito bom.

Andei tomando várias decisões por estes tempos. Algumas delas sem evitar os transtornos, outras me são mais acertadas. Pela primeira vez, nos últimos meses, tenho apreciado uma semana tão decente e valiosa. Com inícios prósperos e finais de ciclos necessariamente  interessantes. Quero mais e quero igual!

domingo, 4 de março de 2012

borbulhante

Eu tenho um grande fraco, e podem usá-lo contra mim com todo o jeito. A minha Kriptonita é a água com gás. Oh sim...geladinha, levemente salgada e borbulhante. Só que, ao contrário do Super Homem, eu corro atrás dela... sedenta mesmo.


Tem pessoal que sente uma 'sede' incível por Coca Cola, outros necessitam muito de algo mais alcoólico. Eu preciso mesmo é de uma garrafa cheia de bolhinhas saltitantes e que garantem toda a minha alegria depois de um gole.

Como diria a malemolente Amy Farah Fowler (personagem da série The Big Bang Theory): "eu brindo os grandes momentos com um copo de água com gás". Tim-tim, amigos!

 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

de um jeito e de outro



Minha vida mudou completamente nos último anos. A minha vida, não eu!

Não acho que as pessoas mudem de verdade. Elas apenas aprendem a se conter. Acho que 'domar' é o termo correto. E sim, é necessário que isso aconteça em algumas áreas da vida. 

Algumas.

[ Clara Averbuck ]

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

por acreditar

eu sempre penso nas ideias que já foram desacreditadas.
nos sonhos que todos deixam pra depois.
corro atrás das pessoas que muitos já ignoraram.
e, mais que tudo, insisto em ser aquela para quem todos vão apontar e dizer espantados: "nossa, pra que querer ser diferente?"

faço isso por crer que a obviedade se apaga e a supremacia sempre cai.
enfim, acredito pq tenho o prazer de lutar. de traçar, com meus próprias pés, um caminho lindo que muitos nem vão conhecer por optarem pelo mesmo e pelo igual.

não quero estar certa, quero é ser feliz!
 
 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

sacode esse Aquário



Aquarianos e Carnaval foram feitos um para o outro. Festa, bagunça, música, bebida e amores fugazes é tudo o que eles precisam para se sentirem ainda mais soltos.

A liberdade que ele tanto precisa enfim é vivenciada no seu limite, se é que nesse momento ele se lembra que existe algum. O que ele gosta na verdade é dessa falta de pudor que o Carnaval permite. Mas só de vez em quando, é bem verdade.

Depois que a festa passa, ele volta à sua pseudo normalidade.

[via alguma descrição de Horóscopo por aí]

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

tempo bom

Fevereiro chegou pra celebrar as coisas boas e nos encher de satisfação.
 
Que seja leve, repleto de contentações e que nos brinde com boas notícias.

Já pode sorrir!!




domingo, 29 de janeiro de 2012

de frente para os vinte e cinco


Por esses dias, pedi para que confiscassem a minha carteira de identidade ou então que fizessem a revisão a minha certidão de nascimento. O motivo: hoje os 25 anos estão impressos na minha alma, talvez na minha cara também... mas ainda não entendi como está procedendo na minha mente.

A moçoila aqui sempre acreditou que com o passar dos anos as pessoas crescem, ficam adultas e digamos...mais sérias. Até que, como quem descarta as folhas de um calendário, eu fui me despindo de certos conceitos. Eu já não sei mais esconder que sou criança e descobri que as pessoas não crescem, elas evoluem.

Bem, é nisso que tento me fortalecer. Sou brincalhona, boba para algumas coisas e não aprendi a guardar emoções. Que bom que ao mesmo tempo também me fui colhendo certos ensinamentos ao longo do caminho: sei bem que as minhas verdades não imperam, gosto de acreditar nas pessoas e, sempre que posso, me agarro no pensamento de que tudo nesta vida se encaixa e se organiza.

Coisas boas hão de acontecer para todos nós, sempre!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

já podem revisar a minha certidão de nascimento

 
Aprender a ser adulto é instigante. Isso digo eu, prestes a marcar mais um ano de vida ao meu calendário. Ainda por este mês começo a operar no sistema 2.5 e esse fato tem me revolteado as ideias. 

As dúvidas que já me estavam bem esclarecidas parecem que acharam uma forma de vigorar nos pensamentos. As forças já estabelecidas, andam se curvando para questões bem duvidosas.



Lí em algum lugar que aos vinte e cinco anos a pessoa já não é mais 'jovem' (seria esse o termo exato? acho que não.. mas enfim.) Que depois desta idade somos reconhecimente adultos (ênfase para essa 'distinção'). 

Mas eis que me pergunto.. o que significa isso? Por acaso agora não tenho mais chances de errar, de fazer brincadeirinhas e descontrações? Será que tenho que deixar de lado as músicas não tão sérias que me dou o prazer de escutar? Deverei dizer que aos sábados pela manhã eu assisto a documentários, e esconder que me delicio vendo desenhos animados? Ou será que tenho que esquecer, lá na última gaveta do armário, as bermudas curtas, os vestidos esvoaçantes e as blusas de um colorido berrante? Quero não!

Digo tudo isso pelo fato de pensar que era assim que uma pessoa de 25 anos deveria agir. Aos meus 15 anos, era essa a minha ideia. Se bem que nem mencionei  que, na minha cabecinha,  tal idade implacaria em estar no auge da carreira, quase uma mulher de negócios bem estabilizada. E, claro, já casada. Se for assim, revisem a minha certidão de nascimento! Nada confere, meus amores.

Ah, amores! Isso eu comento pra vocês logo que o Cara lá de cima entender que eu já sou grandinha o suficiente para cuidar de mim e poder repartir meus quereres com outro alguém. Por ora, é o que temos para hoje.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Não agora, ok?



Deve ser coisa de quem ainda vai mudar de idade esse mês, mas... sei lá, ando tão desconfortável com tudo. Com as pessoas, os afazeres e até com o que me fazia tão bem. Ora, ora...isso de indecisão nunca foi comigo!

O que se fazer quando o desajuste toma as rédeas da consciência? Eu bem sei que não me enquadro nos padrões alinhados que muita gente prega e exige. E que, também, estou bem adequada a muitas questões. Pra que isso agora, hein?! Ando tendo ‘medo’ de gente e das coisas que tenho pra fazer. A questão é que não posso me dar ao luxo dessas coisas. Não agora, okay?

Sabe aquela sensação constante de que se vai fazer algo errado? Pois bem, é nessa função toda que estou enrolada. Não, não tenho nenhuma explicação pra isso. Coisas boas continuam me acontecendo, mas ainda não me caiu a ficha. É uma insegurança nada boa que vem carimbando meus pensamentos e freando minhas ações. Acredito que no momento que eu me sentir mais à vontade essa sensação desapareça. Só que o passar dos meses não vem contribuindo muito. Anos atrás eu pensava que as dores eram um trampolim para novas perspectivas. Já não creio nisso tanto assim.

Tenho pedido muito por segurança, paz e criatividade. Confio nos meus pedidos para me guarnecer de força para encarar essas novidades que a vida tem me apresentado. Quero um tanto de perspicácia também, mas estou esperando um momento menos turbulento para gravar esse pedido nas minhas orações. Sinto como se me faltasse tanta coisa e tanta gente, e que esse espaço vazio estivesse preenchido por coisas que não são minhas. De fato, eu tenho me desapontado e não gosto nada disso. 

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

o pensamento é bem esse



Se Deus me abençoa
Chego de a cavalo levantando poeira
Eu sou da fronteira
E tenho a alma inteira neste chamamé
Por um bem querer
Encurto distâncias, não importa as léguas
Que a sorte renega
Quem não mete "os peito" e faz acontecer.

[Graças a Deus - César Oliveira e Rogério Melo]