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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Posso pedir muito?

Uma dose bem forte de desapego, por favor! E já garanta mais umas rodadas, seu garçom. Por minha conta...

Ando com toda a vontade de fixar esse pedido à minha lista de coisas pra fazer. Ah...e como essa lista anda acumulada. Um tanto disso, mais um outro tanto daquilo e eu já nem sei mais o que querer.

Tentar ser mais desgarrada é o que tenho investindo esse tempo todo. Mas não há jeito, não consigo nem pra contar história. Essa lorota toda de dominar situações é mesmo para dizer pros outros. No silêncio do travesseiro o que eu mais sei é recordar.

Quero mais de tudo, das pessoas, dos sentimentos e até das negações. Como negar? Impossível é mesmo acreditar que se desvencilhar de desejos não é como trancafiar uma porta e rumar para o próximo destino.

Vale dizer que não sei o que fazer? Posso mesmo?!

Ah, que seja. E que venha! Eu aceito, remendo, exploro e se nada for como pensei...ao menos vai me surgir uma nova possibilidade. Melhor do que tudo.

Ao menos é ao que me apego.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Maria da Penha, olhai pelas outras Marias



Flores despedaçadas em um constante jogo de bem-me-quer e mal-me-quer. Pétalas que perdem a cor e o perfume a cada manuseio incorreto. 

Assim funciona a violência, tanto em uma flor quanto em uma mulher, deixando marcas visíveis e sem reparos. 

Só que na mulher, a cicatriz maior fica escondida na alma e está cravada no coração. Assim, poucos são os que a percebem.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Dar-se ao desfrute do nada

Sempre fui daquelas que gosta de fazer as coisas sozinha, típico de uma Aquariana com ascendente em Leão (bem... isso é o que eu acho). Pois bem... são esses momentos que me fazem valer a semana e por vezes o dia. Eis o meu jeito de energizar e de recarregar minhas baterias.

Amo gente, fico num regozijo só de estar no meio de gente... poder conversar, perguntar, saber e contar histórias. Vivo de efervescências! 

Mas aprendi que momentos a sós também são gloriosos. Ah, se são. Pode se dar ao desfrute do nada é aquele suspiro profundo no meio de uma vida corrida. É a organização que surge quando a bagunça parece estar tomando conta. E eu preciso disso. Preciso porque me instituí isso. Foi o jeito de me policiar para não me jogar de cabeça no caos que pode ser as nossas vidas.

Há os que liberam seu stress e alimentam suas alegrias em algum esporte, outros se dedicam a cuidar de outras pessoas e de animais também. Eu preferi cuidar um pouco de mim. Ouvir um pouco do que tenho a falar, dar atenção pros meus pensamentos e escrever a minha história. Ou seja, fazer pra mim o que passo fazendo para os outros. E nesse meio tempo me jogo no sofá pra ler um livro ou ver um filme.

E como canta Vanessa da Mata: “poder, numa tarde vazia, ter um siricotico...uma aventura”!

domingo, 9 de outubro de 2011

O gosto bom que a acidez pode ter


É “[...] tempo de ler nas poesias o amargor das frutas envenenadas”. Isso é que o jornalista/escritor Juremir Machado da Silva escreveu em um de seus livros (‘Viagem ao Extremo Sul da Solidão’, pra ser mais exata).

É tempo sim. Ainda mais pra quem é apegada ao drama como eu. Mas isso não é triste e nem ruim. O que significa aqui é a intensidade das coisas que sentimos. Acredite, isso é bom demais. É a maneira que nos faz ser mais reais... mais humanos.

Um tanto de sofreguidão ajuda, mas não vamos exagerar. Querer que o chão caia por vezes e que os ventos mudem nossas nuvens de lugar é torcer por uma mudança. Não que ela seja sempre maravilhosa, afinal é uma necessidade natural passar por momentos de aridez. Faz valorizar e ajuda muito a crescer.


 Temos essa mania chata de querer que o arco-íris apareça antes da tempestade. Sem essa, meus caros. De que jeito valer-se das boas coisas dessa vida se não há um esforço. Nunca foi assim e nunca será. É o destino olhando com desdém e nos apontando enquanto diz: “Conviva com isso!”

Como proceder? Não sei! E quem souber, tenha toda a bondade de vir me contar. Se é pra estar num momento de intervalo entre o bom e o muito bom...vamos mesmo acreditar que pode ser gostoso aproveitar deste ‘amargos das frutas envenenadas’ ou que é motivador ler as coisas que não gostamos muito.

E para constar, vai um outro escrito deste mesmo livro Juremir que tanto me delira: “Tudo faz sentido quando a alma rasga o peito dos inconscientes, arromba o palácio dos vivos e escapa nas ruas barrentas onde transitam fantasmas sem carteira assinada. [...] Descobrimos então que viemos expressamente para não saber aonde ir”.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

escreva aqui




E eu tenho esse hábito insano de escrever. Não só aonde se deve escrever...em folhas em branco ou nos espaços específicos para tal. A coisa não é bem assim. Pra ser mais exata ela é desregrada.

Se há no que escrever e como escrever, eu dou um jeito. Não poupo papéis já destinados para algo, contas a pagar (e as já pagas também entram na cota), cantos de jornais, mesas (ok, eu apago depois) e livros.

Tá, não me julguem...eu escrevo em livros mesmo. Mas explico, escrevo nos meus livros e tudo com a sua devida pertinência. São anotações, comentários e até sugestões para o autor (tá, podem me julgar aqui). E me delicio com tudo isso, afinal tenho um outro hábito: reler meus livros. E assim por diante...

Então toda vez que pego aquela história de novo, ela me é mais interessante do que a primeira vez. Não só pelo fato da maioria das histórias relidas terem esse aspecto, mas os meus comentários feitos me dão uma dimensão diferente de tudo aquilo.

E se alguma vez eu lhe emprestar algum livro meu, não se acanhe em compartilhar pensamentos. E pode até comentar os meus comentários. Só não esqueça de uma coisa: pode me devolver o livro depois de tudo! ;)