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domingo, 9 de outubro de 2011

O gosto bom que a acidez pode ter


É “[...] tempo de ler nas poesias o amargor das frutas envenenadas”. Isso é que o jornalista/escritor Juremir Machado da Silva escreveu em um de seus livros (‘Viagem ao Extremo Sul da Solidão’, pra ser mais exata).

É tempo sim. Ainda mais pra quem é apegada ao drama como eu. Mas isso não é triste e nem ruim. O que significa aqui é a intensidade das coisas que sentimos. Acredite, isso é bom demais. É a maneira que nos faz ser mais reais... mais humanos.

Um tanto de sofreguidão ajuda, mas não vamos exagerar. Querer que o chão caia por vezes e que os ventos mudem nossas nuvens de lugar é torcer por uma mudança. Não que ela seja sempre maravilhosa, afinal é uma necessidade natural passar por momentos de aridez. Faz valorizar e ajuda muito a crescer.


 Temos essa mania chata de querer que o arco-íris apareça antes da tempestade. Sem essa, meus caros. De que jeito valer-se das boas coisas dessa vida se não há um esforço. Nunca foi assim e nunca será. É o destino olhando com desdém e nos apontando enquanto diz: “Conviva com isso!”

Como proceder? Não sei! E quem souber, tenha toda a bondade de vir me contar. Se é pra estar num momento de intervalo entre o bom e o muito bom...vamos mesmo acreditar que pode ser gostoso aproveitar deste ‘amargos das frutas envenenadas’ ou que é motivador ler as coisas que não gostamos muito.

E para constar, vai um outro escrito deste mesmo livro Juremir que tanto me delira: “Tudo faz sentido quando a alma rasga o peito dos inconscientes, arromba o palácio dos vivos e escapa nas ruas barrentas onde transitam fantasmas sem carteira assinada. [...] Descobrimos então que viemos expressamente para não saber aonde ir”.

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