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quinta-feira, 19 de abril de 2012

do jeito que aprendi a ser

Sempre optei por coisas que não cabiam aos outros. Já vesti minha alma de diversas formas e meus olhos já presenciaram uns quantos modos de eu ser. Não me lembro qual a última vez que eu fui a pessoa que estou sendo agora. Para ser mais exata, não sei mesmo se já me fui.


As escolhas que eu tomei me levaram a lugares que nunca imaginei ir e, da mesma forma, me colocaram aonde eu sempre quis chegar. Foi assim que me aproximei de gente como eu e de gente que jamais pensei em conhecer. Que bom que as mudanças, as opções e os planos certos/errados te apontam para um desconhecido esperado.

Para ser bem objetiva, também nunca me adequei a muita coisa. Eu prefiro os potes de mostarda, os copos de Fanta Laranja, as pizzas agridoces e os banhos quentes no verão. Me divirto com filmes que antecipam seus finais, tenho desejo por não saber os segredos de todo mundo e me agrado por demais de tomar uma xícara de café na hora do almoço. Desaprendi a atravessar a rua, rejeito qualquer pessoa que tenta ganhar minha atenção com flores, excluí o lençol por debaixo das cobertas na hora de dormir e bem sei ouvir tanto quando conversar.

Dos avessos de que sou feita, também tenho um que mais aparece: sou inteira quando aponto para os meus amigos aquilo que não é bom em mim. Para eles, conto todos os meus defeitos e deixo com que se assustem um  bocado para depois irem aliviando suas almas aos poucos...até descobrirem que eu sou igual a eles. Um tanto estrago, um tanto perfeição!

sábado, 14 de abril de 2012

de ter levezas



"Pessoas com vidas interessantes não tem fricote. Elas trocam de cidade. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. 

Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. 

Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor, compram passagens só de ida".

[Martha Medeiros]


segunda-feira, 9 de abril de 2012

diz por mim

"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu".

Sarah Westphal


quarta-feira, 4 de abril de 2012

de amores e estragos

Como acalentar anseios? Saber disso já me bastava, ao menos aliviaria grande parte dos meus momentos. Aquela frase ‘colocar a carroça na frente dos bois’ é uma das tantas que podem definir meu modo de agir (inclusive o de pensar).

Antecipo tudo, de amores a estragos. Só dou conta de esperar por pessoas, do resto...nada. Gosto muito de ser feliz antes e depois. Mas também encaro as dores duplicadas. É assim que procede, e não há mesmo jeito.


segunda-feira, 2 de abril de 2012

assim são meus pedidos

Tenho total confiança na força das coisas boas, dos momentos intensos e da garantia que os ventos buenos sempre hão de soprar. Por isso,  acredito no destino. Ou na maneira sintonizada com que tudo acontece e que eu (e mais um monte de gente) nomeia assim.

Comecei a primeira manhã deste 2012 chegando em casa ao nascer do sol e com aquele friozinho fantástico abrilhanta os retornos de festas. Naquela manhã que estava um tanto sonolenta, dispensei a cama e parti pro sofá da sala e ali aproveitei um dos melhores momentos do dia que ainda era novo... comecei o primeiro dia do ano novo num domingo de Janeiro, mateando com o meu pai e assistindo ao Galpão Crioulo. 



Eis todo o encanto das coisas que não se podem medir, as delícias dos instantes efêmeros e das combinações de resultados. E é em razão disso, que insisto em apostar alto na esperança. Já não é mais manhã, Janeiro se foi há tempos e meus domingos de manhã andam reservados pros sonos pesados. Mas me surge agora um Abril que já me soa doce e cheio de promessas a serem realizadas.

Os desejos me parecem os mesmos que tive por Janeiro e, que bueno, as pessoas que me rodearam por lá...também serão meus abrigos agora. Quero disposição e um coração livre para ser querência para todas elas também. se não for pedir muito, me mande mais sorrisos e alento.

Gracias!