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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Mais Tchê, menos Music!



Desde que o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) foi fundado no Rio Grande do Sul em 1967, cultiva valores e veta os movimentos de vanguarda que ousem burlar suas rígidas normas que zelam pelos costumes autênticos do povo gaúcho. Agrega em todo o Brasil mais de três mil CTG’s, entre outros centros de tradição gaúcha fora do País, mobilizando cerca de três milhões de pessoas engajadas nos ideais farroupilhas. É responsável pelo controle e coordenação de todas as atividades ligadas ao tradicionalismo, como a Semana Farroupilha, concursos de dança e música gaúchas, além de outras festividades que promovem o nome do Estado e da nossa cultura.
Uma estrutura sólida que está sendo abalada nos últimos tempos por uma peleia das brabas. A contrariedade ao mais novo modismo que anda solto pelo Rio Grande, a Tchê Music. Movimento este que não cumpre com algumas das regras impostas pelo MTG, como a adaptação de músicas vindas do axé, do sertanejo e do forró para o ritmo nativo, que prega o uso de bombachas mais apertadas e lenços estampados que fogem do padrão, além de serem a favor da utilização de gelo seco nas apresentações em CTG’s, coisa essa que é proibida, pois segundo a ala radical do MTG, isso é negócio de boate. Gerando a resistência do tradicionalismo mais autêntico.
Arranca rabos à parte, uma coisa é certa. Por mais que o MTG seja despótico em algumas situações, nesta ele está mais que correto. É obrigação dele e nossa preservar a tradição e banir tudo o que possa quebrar os nossos laços com o passado, fechar as porteiras para o que queira deturpar e distorcer uma cultura que se se mantêm o mais fiel possível de sua origem, mas claro, dentro de todas as possibilidades e com suas pequenas adaptações. Afinal, os tempos são outros, mas o espírito campeiro permanece firme e consciente de seu passado.
Renato Borghetti - Símbolo da música Tradicionalista

Mesmo que os adeptos desse novo estilo de cultura gaúcha digam que a Tchê Music só veio para somar às tradições e que está sendo uma grande difusora da marca gaúcha, gerando mais empregos para os nossos músicos e mais público para os nossos festivais. Nada disso me agrada. Vejo todo esse movimento como pura jogada de marketing, ‘coisa pra carioca ver. Deprimente! Temos que saber bem diferenciar tradicionalismo de modismo, pesando na balança da História o valor de cada um.
É de saber comum que a nossa música, e quase tudo que remete ao Rio Grande, não é bem quisto pras bandas de cima do País. Esse nosso jeito todo abagualado sempre foi visto com cara feia por aquela gente. Então o que temos hoje tocando nos grupos de Tchê Music é a música deles enlatada, made in RS. Ou seja, estamos retrocedendo no tempo, e indo contra todos os nossos lemas. Estamos sim nos sujeitando à forças inimigas, nos rendendo e aceitando o que não é nosso, e rejeitando o que lutamos bravamente para conquistar, a liberdade.
A música tradicionalista, aquela que exprime os anseios, as saudades, as conquistas e o amor do homem do campo, essa sim, é a nossa música. Tradução do nosso passado. Devemos mais que nunca honrar a verdadeira tradição nativista, pois “foi o vinte de setembro, o precursor da liberdade”. É pra tu ver né?! Essa gente tá procurando sarna pra se coçar, pena que se meteram com os macanudos errados. Agora já é tarde, nós já tocamo o mosquedo.

3 comentários:

  1. O pessoal ouve mais música desse tipo em setembro... que coisa, não! Mas Bárcia... que tal se fosse... menos Tchê e mais METAAAAAL!!!! \,,/ HELLYEAH!!! Hihihi! Beijos!!!

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  2. Engraçado, conversei com um amigo músico ainda hoje sobre isso. Ele me falava que foi numa festa dessas de cidades e viu um grupo dos "Tchê" tocando.

    Eu acho que mais dia, menos dia, sinceramente, o MTG vai acabar sucumbindo a isso. Há uma pressão muitao forte das gravadoras e de quem de fato produz música. Não é assim só no Rio Grande, é assim em todo o país com qualquer estilo. E devemos agradecer muito a empresas como ACIT e USA Discos, porque embora eu não tenha nenhum tipo de vínculo com eles, tenho visto que estas gravadoras é quem estão ajudando a segurar esse repuxo dando espaço para outros grandes incentivadores da manutenção da música de raíz, folclórica, que são os próprios músicos. Principalmente aqueles que sabem de onde vieram, onde estão e pra onde vão, e que não se entregam pros paraguaios (tchês).

    Tem surgido, não somente nos festivais, muita coisa boa, audível e com muita bagagem cultural.

    E pra que, no futuro, os efeitos potencializados da globalização juntamente com a Internet de fato não enfraqueçam essa centelha que ainda resiste bravamente algumas décadas, somos nós que temos que incentivar como você está fazendo, twittando sobre, escrevendo no blog, indo aos shows e, principalmente, comprando os CDs originais (e acho que esse último ponto ainda merece um debate especial).

    Quebra-costelas!

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  3. Vou te contar que adoro Tche Music! ahahaha
    To brincando!! Adoro o tradicionalismo.. mas o tche music anima qqer baladinha!

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