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sábado, 15 de janeiro de 2011

Pobres, pobres, pobres...


Pobres são as pessoas que têm oportunidades e não as valorizam.

Que vergonha que dá dessas pessoas que vivem a reclamar que são raras as opções de cultura em suas cidades e quando essas alternativas surgem, o descaso por elas acontece. Desculpas. Desculpas esfarrapadas de gente de mente pequena e pouca visão.

Mentalidades arraigadas no sentimento de reclamar do pouco que tem. E de não apreciar a materialização desses desejos. Será que esse pensamento é inerente às cidades do interior? Ou as grandes cidades também sofrem com o descaso que seus moradores têm em relação à cultura?


Eu fico com os olhinhos brilhando, quando me pecho com alternativas culturais e de lazer numa cidade que pouco tem o que fazer. A ansiedade de encontrar um bom livro a venda num lugar em que não existem livrarias. O deslumbramento em ser convidada para uma roda de leitura de poesias, quando não se há nem uma ‘Academia de Letras’ local... e os únicos imortais, são os personagens das histórias. Ou então quando um show dá o ar da graça por essas bandas e regojiza a alma.

Deve ser por isso que me indignei ontem ao ver que poucas pessoas compareceram a uma exibição inédita de um filme premiado mundialmente, produzido numa integração Brasil-França, com o selo da Casa de Cinema de Porto Alegre juntamente com produtores de São Paulo e, o detalhe mais importante para a comunidade, com a participação especial de dois três-maienses.

Detalhe: Não há cinema aqui. A exibição do filme foi organizada em uma boate, de forma muito organizada e numa telona. Para ser cinema mesmo, faltaram só as pipocas. Estavam de parabéns

Mas e a plateia? Infelizmente acho que essa preferiu ficar especulando quem matou quem em Passione esparramados no sofá de casa assistindo ao último capítulo. Que por sinal reprisa hoje. E então?! Só digo uma coisa, perderam. ‘Os famosos e os duendes da morte’ tem uma narrativa de prender o fôlego e de te fazer viajar numa trilha sonora que vai do som pesado de Bob Dilan às dancinhas alemãs cantadas por Lúcia Luft.

E aí estão meus aplausos e parabéns para ela, Lúcia Luft e seu marido Guido Luft pela atuação no filme. E ainda mais pela iniciativa de trazer um pouco de cultura aos que não estão acostumados com ela. Eles correram atrás de um lugar para exibir o filme, ainda inédito em quase todo o Rio Grande do Sul. Foram às casas e aos meios de comunicação convidar para a sessão. Enfim, palmas também para aqueles que compareceram e que colocaram um pouco mais de magia às suas vidas.  

3 comentários:

  1. Mas convenhamos, que esse é um tipo de filmezinho "indie pós-muderninho" que se preocupa mais em arrastar a narrativa filmando paisagens do que contar uma história.
    E depois pensam que isso é fazer um "obra intimista'.

    Claro que comparado a Passione até um teatro de marionetes é melhor, mas o cinema nacional tem coisa (muito) mais interessante.

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  2. Ah pois!
    Eu sou a favor da propagação da cultura, independente do gênero. O filme tem bem esse caráter 'evasivo' sim, mas é arte. E já é um elixir e tanto para os que não têm cinema na sua cidade. E de fato, ir a outra cidade para poder conferir um filme já é um empecilho para muitas pessoas.

    obrigada pelo comentário =)

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